quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O cristianismo sob Constantino

Flavius Valerius Constantinus, conhecido por Constantino entrou para a História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, dando a liberdade de culto aos Cristãos em 313 d.C., porém, até o ano 315 d.C., prestava culto ao deus imperial Sol e mantinha-o como símbolo principal em suas moedas. No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice e  não participou dos atos litúrgicos de missa e eucaristia  e somente foi batizado em seu leito de morte em 337 d.C. Diz de Constantino que ele favoreceu de modo igual as religiões, quer cristã ou pagã.
O maior feito do Imperador Romano Constantino, em prol do Cristianismo, foi a liberdade de culto com a garantia de um espaço apropriado e a interrupção das perseguições que produzia, diuturnamente, os mártires do cristianismo. Ele influenciou na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores - medida tomada por Constantino utlizando-se da sua prerrogativa, como Sumo Pontífice, de fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durantes estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" - uma reminiscência do culto de Sol Invictus.

Sob o governo de Constantino, as discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado, logo, era posto em questão o valor político da decisão e não apenas a essência da dogmática teológica, fazendo predominar a força da filosofia e a construção dos credos.
Diz, um dos viés da história, que no concílio de Nicéia, para o Imperador Constantino garantir a unidade do cristianismo e por conseguinte a unidade de seu império, ele manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava que seria viável para o império e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius  foram exilados e os escritos de Arius [afirmavam que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus e negava que ele fosse da mesma essência ou substância de Deus] foram destruídos. Diversos bispos do Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo e Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte”. Os discípulos de Arius não se calaram e suas vozes foram tão fortemente ouvidas que, anos mais tarde, Constantino extinguiu seu exílio e exilou o opositor de Arius, Atanásio, em uma clara demonstração de interesse político em suas decisões.

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