A cultura virtual busca impor um novo paradigma de “igreja” que foge ao modo tradicional de koinonia, pois estabelece relações impessoais, eletrônicas, de comunidades em que seus membros se expõem parcialmente, segundo critérios preconcebidos de exposição e relação onde prevalece a máscara escolhida pelo personagem, em uma exposição simulada muito mais facilmente que na “vida real” ou “material”, como quer que seja, pois a relação se dá em um ambiente onde se torna mais ocultar a verdade ou a intenção.
O mundo virtual possibilita dinamizar a transmissão da mensagem do “evangelho”, dada sua agilidade, velocidade, baixo custo, alcance e acessibilidade. Para clarificar, apontamos o registro parcial da discussão no site “www.cristianismohoje.com.br”, em que se posiciona: “o que o apóstolo Paulo pensaria a respeito do nosso mundo cibernético: blogs, salas de bate-papo, mensagens instantâneas. Imagine suas cartas para todas as igrejas do Novo Testamento. Em vez de “Carta de Paulo à igreja de Éfeso” ele teria escrito “Os múltiplos e-mails para a igreja de Éfeso”. E em vez de esperar até poder visitar a igreja para resolver um problema ele teria enviado mensagens instantâneas”.
Ocorre que a fé cristã é construída sobre o alicerce da participação individual na vida comunitária, na relação interpessoal pelo vínculo do amor que requer a participação física para o batismo, a celebração eucatística, a comunhão pelo partilhar os sentimentos e sentidos humanos. A comunhão acontece quando as pessoas estão em pequenos grupos ou envolvidas em amizades um a um.
Nesse contexto que trabalhamos nossa fé, somos moldados em amor, paciência, mansidão e verdade. É essencial que o espaço físico da igreja promova isto. Parte do que torna o corpo de Cristo tão único é a reunião e a comunhão dos irmãos. Era verdade nas igrejas do Novo Testamento e continua a ser verdade nas igrejas atualmente.
A Bíblia discorda de quem diz que é possível seguir a Deus sem a comunhão da igreja. As Escrituras nos dizem: “Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns” (Hebreus 10.25). Portanto, a comunhão cristã virtual não pode ser considerada uma alternativa viável para a comunhão nos cultos da igreja. A comunhão cristã virtual certamente pode complementar a variedade da comunhão face a face.
Por fim, temos que a comunhão virtual não promove a práxis da fé em sua completude, pois as expressões do ser humano não podem ser limitadas a um relacionamento mecânico e virtual.
André Luiz Gomes Schröder
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