quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O cristianismo sob Constantino

Flavius Valerius Constantinus, conhecido por Constantino entrou para a História como primeiro imperador romano a professar o cristianismo, dando a liberdade de culto aos Cristãos em 313 d.C., porém, até o ano 315 d.C., prestava culto ao deus imperial Sol e mantinha-o como símbolo principal em suas moedas. No dia anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice e  não participou dos atos litúrgicos de missa e eucaristia  e somente foi batizado em seu leito de morte em 337 d.C. Diz de Constantino que ele favoreceu de modo igual as religiões, quer cristã ou pagã.
O maior feito do Imperador Romano Constantino, em prol do Cristianismo, foi a liberdade de culto com a garantia de um espaço apropriado e a interrupção das perseguições que produzia, diuturnamente, os mártires do cristianismo. Ele influenciou na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores - medida tomada por Constantino utlizando-se da sua prerrogativa, como Sumo Pontífice, de fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o trabalho sendo proibido durantes estes últimos). Note-se que o domingo foi escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" - uma reminiscência do culto de Sol Invictus.

Sob o governo de Constantino, as discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado, logo, era posto em questão o valor político da decisão e não apenas a essência da dogmática teológica, fazendo predominar a força da filosofia e a construção dos credos.
Diz, um dos viés da história, que no concílio de Nicéia, para o Imperador Constantino garantir a unidade do cristianismo e por conseguinte a unidade de seu império, ele manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava que seria viável para o império e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius  foram exilados e os escritos de Arius [afirmavam que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus e negava que ele fosse da mesma essência ou substância de Deus] foram destruídos. Diversos bispos do Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo e Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte”. Os discípulos de Arius não se calaram e suas vozes foram tão fortemente ouvidas que, anos mais tarde, Constantino extinguiu seu exílio e exilou o opositor de Arius, Atanásio, em uma clara demonstração de interesse político em suas decisões.

O cristianismo sob Constantino




Flavius Valerius Constantinus, conhecido por Constantino entrou para a História como
primeiro imperador romano a professar o cristianismo, dando a liberdade de
culto aos Cristãos em 313 d.C., porém, até o ano 315 d.C., prestava culto ao deus
imperial Sol e mantinha-o como símbolo principal em suas moedas. No dia
anterior ao da sua morte, Constantino fizera um sacrifício a Zeus, e até o
último dia usou o título pagão de Sumo Pontífice e  não participou dos atos litúrgicos de missa e
eucaristia  e somente foi batizado em seu
leito de morte em 337 d.C. Diz de Constantino que ele favoreceu de modo igual
as religiões, quer cristã ou pagã.



O maior feito do Imperador Romano Constantino, em prol do Cristianismo,
foi a liberdade de culto com a garantia de um espaço apropriado e a interrupção
das perseguições que produzia, diuturnamente, os mártires do cristianismo. Ele
influenciou na inclusão na igreja cristã de dogmas baseados em tradições. Uma das
mais conhecidas foi o Édito de Constantino, promulgado em 321, que determinou
oficialmente o domingo como dia de repouso, com exceção dos lavradores - medida
tomada por Constantino utlizando-se da sua prerrogativa, como Sumo Pontífice,
de fixar o calendário das festas religiosas, dos dias fastos e nefastos (o
trabalho sendo proibido durantes estes últimos). Note-se que o domingo foi
escolhido como dia de repouso, não apenas em função da tradição sabática
judaico-cristã, como também por ser o "dia do Sol" - uma
reminiscência do culto de Sol Invictus.







Sob o governo de Constantino, as discussões doutrinárias passaram a ser
tratadas como questões de Estado, logo, era posto em questão o valor político
da decisão e não apenas a essência da dogmática teológica, fazendo predominar a
força da filosofia e a construção dos credos.



Diz, um dos viés da história, que no concílio de Nicéia, para o Imperador
Constantino garantir a unidade do cristianismo e por conseguinte a unidade de
seu império, ele manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para
garantir que votariam no que ele acreditava que seria viável para o império e
não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a
favor de Arius  foram exilados e os
escritos de Arius [afirmavam que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de
Deus e negava que ele fosse da mesma essência ou substância de Deus] foram
destruídos. Diversos bispos do Egito foram expulsos devido à sua oposição ao
credo e Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos
arianistas estaria sujeito à pena de morte”. Os discípulos de Arius não se
calaram e suas vozes foram tão fortemente ouvidas que, anos mais tarde,
Constantino extinguiu seu exílio e exilou o opositor de Arius, Atanásio, em uma
clara demonstração de interesse político em suas decisões.



Fundamentos da Patrística da Igreja Cristã.

Os três primeiros séculos de nossa era abriga o primeiro período da patrística da igreja cristã, período que  se prolonga até o século VII. É o período em que se dá a paternidade da igreja, pois se constrói nesse período o berço doutrinário do cristianismo, com as verdades doutrinárias da fé [os dogmas] onde se firmam as raízes das respostas que o cristianismo requereu e requer ao longo dos séculos. É nesse período que são criadas as normas de disciplina, o estabelecimento da liturgia, a consolidação dos costumes cristãos, se constrói a ética cristã e se cria um ambiente de defesa contra o avanço das heresias e de ataques aos “pagãos” que não aceitavam suas verdades.
Na busca de estabelecer suas bases, nesse período o cristianismo exerceu um forte poder de atração e provocou um embate entre fé e razão, não por consciência filosófica daqueles que provocaram o embate, mas por necessidade apologética para fazer subsistir o cristianismo pela introjeção das construções filosóficas e dos axiomas que formam a essencialidade do pensamento cristão. Tal embate filosófico não se formou em via única influenciando tão somente o cristianismo, mas houve influência na filosofia contemporânea, pois para  combater algo deve conhecer muito bem a si e a seu inimigo, de forma a atingir os pontos certos. Assim, o embate deu início a várias construções filosóficas, mas muitas ficaram encubadas e somente foram aprofundadas posteriormente, pelos medievais.
É perceptível a influência cristã na filosofia dos três primeiros séculos, principalmente na reformulação dos conceitos chaves como o teocentrismo, antropocentrismo, logos, amor, Deus Pai e Deus Criador, alma, além da construção das formas de origem teológica para a inteligibilidade de conteúdos não teológicos.
Os líderes da patrística, conhecidos como Pais ou Padres da Igreja escreveram a História da Teologia, não só sob o prisma da ação de registro dos fatos ocorridos mas também da sistematização do pensamento teológico, pois ao escreverem dedicaram-se a transmitir aos fiéis “quem é Jesus para nós”  e “quem somos nós a partir de Jesus”. Nesta tarefa muitos patrísticos falavam de martírios, como “A paixão de Perpétua e Felicidade”, escrito em Cartago por volta de 202, durante o período em que sua autora aguardava execução por se recusar a renegar a fé cristã.
É bem verdade que nos séculos II e III surgiram muitos relatos apócrifos que romantizavam a vida de Cristo e os feitos dos apóstolos, porém muitos cristãos escreveram para combater as idéias gnósticas e de outras filosofias  que consideravam heréticas, sendo os primeiros autores desse gênero Justino mártir, professor cristão condenado à morte em Roma por volta do ano 165; Taciano, inimigo da filosofia; Atenágoras; e Teófilo de Antioquia. Entre os gnósticos, destacou-se Marcião.
Ao escrever o primeiro tratado coerente sobre as principais doutrinas da teologia cristã [Contra Celsum e Sobre os princípios], destacou-se Orígenes, mas muitos outros nomes relevantes merecem registros como Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago, Eusébio de Cesaréia Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa e João Damasceno, santo Ambrósio, são Jerônimo (tradutor da Bíblia para o latim) e santo Agostinho, este considerado o mais importante filósofo em toda a patrística. Além de sistematizar as doutrinas fundamentais do cristianismo, desenvolveu as teses que constituíram a base da filosofia cristã durante muitos séculos. Os principais temas que abordou foram as relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito de Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da história.
Assim, é na construção do pensamento filosófico-cristão e na tradição que a patrística lança os fundamentos da Teologia e se torna precursora de sua própria história.
Durante o período da patrística os Pais da Igreja são reconhecidos como Pais ou Padres Apostólicos e Apologetas. Vamos à suas distições:
 Padres apostólicos são os mais antigos dos Padres da Igreja, pertencem à geração imediata aos apóstolos. Seus escritos dão testemunhos da fé cristã  e respondem a determinadas exigências concretas dos cristãos e respondem a questões morais, disciplinares e culturais, porém não há grande aprofundamento no conteúdo doutrinário, porém se apresenta como fundamento para o pensamento cristão, voltado para a edificação dos fiéis, caracterizando assim como escritos pastorais.
Dentre os Padres Apostólicos se destacam  Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Papias, Hermas.
Padres apologetas são os padres mediadores entre o cristianismo e a cultura helenística. Defenderam o cristianismo e apresentaram a essência da nova fé durante o século II e estavam concentrados na Palestina, no Norte de África (Cartago e Alexandria), na Ásia Menor, em Roma e na Grécia.
Os apologetas eram pagãos, intelectuais e filósofos convertidos ao cristianismo e que buscavam aplicar às novas convicções, as categorias e modos de pensar próprios do mundo helênico. Em que pese tal ambiente representar uma influência helênica no cristianismo, os escritos dos apologetas eram dedicados mais ao mundo não cristão, representando uma incursão do cristianismo na filosofia, a fim de responder aquilo que era considerado insultos, calúnias, mentiras superstições, fanatismos, e acusações de que a Igreja se constituía um perigo ao Estado, bem como para apontar que a filosofia apoiava-se na razão humana, porém o cristianismo se revelava a verdade absoluta por ser a filosofia divina.
Tais concepções podem ser vistas nas obras de  Aristides, Justino: e a sua "Apologias" a qual dirige-se aos pagãos e o "Diálogo com Trifão" que dirige-se a um grego, Taciano, o Sírio e o "Discurso aos gregos"; Atenágoras; Teófilo de Alexandria; Minúcio Félix e o "Diálogo com Octávio", Tertuliano.
Os Padres Apologéticos são os primeiros teólogos da Igreja, pois lançaram os fundamentos da ciência de Deus, pelo seu grande legado diz-se que “suas obras cristianizou o helenismo mais do que se helenizou o cristianismo.

Fundamentos da Patrística da Igreja Cristã.


Os três primeiros séculos de nossa era abriga o primeiro período da patrística da igreja cristã, período que  se prolonga até o século VII.
É o período em que se dá a paternidade da igreja, pois se constrói
nesse período o berço doutrinário do cristianismo, com as verdades
doutrinárias da fé [os dogmas] onde se firmam as raízes das respostas
que o cristianismo requereu e requer ao longo dos séculos. É nesse
período que são criadas as normas de disciplina, o estabelecimento da
liturgia, a consolidação dos costumes cristãos, se constrói a ética
cristã e se cria um ambiente de defesa contra o avanço das heresias e
de ataques aos “pagãos” que não aceitavam suas verdades.



Na
busca de estabelecer suas bases, nesse período o cristianismo exerceu
um forte poder de atração e provocou um embate entre fé e razão, não
por consciência filosófica daqueles que provocaram o embate, mas por
necessidade apologética para fazer subsistir o cristianismo pela
introjeção das construções filosóficas e dos axiomas que formam a
essencialidade do pensamento cristão. Tal embate filosófico não se
formou em via única influenciando tão somente o cristianismo, mas houve
influência na filosofia contemporânea, pois para  combater algo deve
conhecer muito bem a si e a seu inimigo, de forma a atingir os pontos
certos. Assim, o embate deu início a várias construções filosóficas,
mas muitas ficaram encubadas e somente foram aprofundadas
posteriormente, pelos medievais.



É
perceptível a influência cristã na filosofia dos três primeiros
séculos, principalmente na reformulação dos conceitos chaves como o
teocentrismo, antropocentrismo, logos, amor, Deus Pai e Deus Criador,
alma, além da construção das formas de origem teológica para a
inteligibilidade de conteúdos não teológicos.



Os
líderes da patrística, conhecidos como Pais ou Padres da Igreja
escreveram a História da Teologia, não só sob o prisma da ação de
registro dos fatos ocorridos mas também da sistematização do pensamento
teológico, pois ao escreverem dedicaram-se a transmitir aos fiéis “quem
é Jesus para nós”  e “quem somos nós a partir de Jesus”. Nesta tarefa
muitos patrísticos falavam de martírios, como “A paixão de Perpétua e
Felicidade”, escrito em Cartago por volta de 202, durante o período em
que sua autora aguardava execução por se recusar a renegar a fé cristã.



É
bem verdade que nos séculos II e III surgiram muitos relatos apócrifos
que romantizavam a vida de Cristo e os feitos dos apóstolos, porém
muitos cristãos escreveram para combater as idéias gnósticas e de
outras filosofias  que consideravam heréticas, sendo os primeiros
autores desse gênero Justino mártir, professor cristão condenado à
morte em Roma por volta do ano 165; Taciano, inimigo da filosofia;
Atenágoras; e Teófilo de Antioquia. Entre os gnósticos, destacou-se
Marcião.



Ao
escrever o primeiro tratado coerente sobre as principais doutrinas da
teologia cristã [Contra Celsum e Sobre os princípios], destacou-se
Orígenes, mas muitos outros nomes relevantes merecem registros como
Clemente de Alexandria, Tertuliano de Cartago, Eusébio de Cesaréia
Gregório Nazianzeno, Gregório de Nissa e João Damasceno, santo
Ambrósio, são Jerônimo (tradutor da Bíblia para o latim) e santo
Agostinho, este considerado o mais importante filósofo em toda a
patrística. Além de sistematizar as doutrinas fundamentais do
cristianismo, desenvolveu as teses que constituíram a base da filosofia
cristã durante muitos séculos. Os principais temas que abordou foram as
relações entre a fé e a razão, a natureza do conhecimento, o conceito
de Deus e da criação do mundo, a questão do mal e a filosofia da
história.



Assim,
é na construção do pensamento filosófico-cristão e na tradição que a
patrística lança os fundamentos da Teologia e se torna precursora de
sua própria história.



Durante
o período da patrística os Pais da Igreja são reconhecidos como Pais ou
Padres Apostólicos e Apologetas. Vamos à suas distições:



 Padres apostólicos
são os mais antigos dos Padres da Igreja, pertencem à geração imediata
aos apóstolos. Seus escritos dão testemunhos da fé cristã  e respondem
a determinadas exigências concretas dos cristãos e respondem a questões
morais, disciplinares e culturais, porém não há grande aprofundamento
no conteúdo doutrinário, porém se apresenta como fundamento para o
pensamento cristão, voltado para a edificação dos fiéis, caracterizando
assim como escritos pastorais.



Dentre os Padres Apostólicos se destacam  Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Papias, Hermas.



Padres apologetas
são os padres mediadores entre o cristianismo e a cultura helenística.
Defenderam o cristianismo e apresentaram a essência da nova fé durante
o século II e estavam concentrados na Palestina, no Norte de África
(Cartago e Alexandria), na Ásia Menor, em Roma e na Grécia.



Os
apologetas eram pagãos, intelectuais e filósofos convertidos ao
cristianismo e que buscavam aplicar às novas convicções, as categorias
e modos de pensar próprios do mundo helênico. Em que pese tal ambiente
representar uma influência helênica no cristianismo, os escritos dos
apologetas eram dedicados mais ao mundo não cristão, representando uma
incursão do cristianismo na filosofia, a fim de responder aquilo que
era considerado insultos, calúnias, mentiras superstições, fanatismos,
e acusações de que a Igreja se constituía um perigo ao Estado, bem como
para apontar que a filosofia apoiava-se na razão humana, porém o
cristianismo se revelava a verdade absoluta por ser a filosofia divina.



Tais
concepções podem ser vistas nas obras de  Aristides, Justino: e a sua
"Apologias" a qual dirige-se aos pagãos e o "Diálogo com Trifão" que
dirige-se a um grego, Taciano, o Sírio e o "Discurso aos gregos";
Atenágoras; Teófilo de Alexandria; Minúcio Félix e o "Diálogo com
Octávio", Tertuliano.



Os
Padres Apologéticos são os primeiros teólogos da Igreja, pois lançaram
os fundamentos da ciência de Deus, pelo seu grande legado diz-se que
“suas obras cristianizou o helenismo mais do que se helenizou o
cristianismo.



domingo, 20 de setembro de 2009

O teólogo deve estudar Psicologia?


O
objeto de estudo do teólogo não é a divindade em si, mas é o
estudo de Deus a partir da sua revelação ou das suas representações
nas variadas culturas, o que leva a um estudo sistemático dos
fenômenos históricos, sociais, filosóficos, antropológicos e
psicológicos das relações entre o sagrado e o profano.



Ante
a necessidade de interpretar as manifestações psicológicas que
resultam em “comportamento” [logicamente nos referimos a
comportamento humano], a psicologia apresenta-se como ciência
auxiliar à teologia, dando ao teólogo as ferramentas necessárias à
interpretação comportamental.



É
sabido que muitos teólogos dedicam-se ao sacerdócio e na condição
de líderes espirituais atuam como verdadeiros “psicanalistas”.
Aí, para aqueles que buscam na teologia o aperfeiçoamento para o
desempenho de suas atividades sacerdotais o instrumental
psicanalítico das ciências psicológicas torna-se preponderante
para o desempenho da função.



Assim,
quer seja para a formação de um cientista teólogo ou de um
sacerdote religioso, a psicologia é primordial, pois constitui uma
importante vertente do conhecimento requerido.




André Luiz Gomes
Schröder




O teólogo deve estudar Psicologia?


O objeto de estudo do teólogo não é a divindade em si, mas é o estudo de Deus a partir da sua revelação ou das suas representações nas variadas culturas, o que leva a um estudo sistemático dos fenômenos históricos, sociais, filosóficos, antropológicos e psicológicos das relações entre o sagrado e o profano.


Ante a necessidade de interpretar as manifestações psicológicas que resultam em “comportamento” [logicamente nos referimos a comportamento humano], a psicologia apresenta-se como ciência auxiliar à teologia, dando ao teólogo as ferramentas necessárias à interpretação comportamental.
É sabido que muitos teólogos dedicam-se ao sacerdócio e na condição de líderes espirituais atuam como verdadeiros “psicanalistas”. Aí, para aqueles que buscam na teologia o aperfeiçoamento para o desempenho de suas atividades sacerdotais o instrumental psicanalítico das ciências psicológicas torna-se preponderante para o desempenho da função.

Assim, quer seja para a formação de um cientista teólogo ou de um sacerdote religioso, a psicologia é primordial, pois constitui uma importante vertente do conhecimento requerido.

André Luiz Gomes Schröder

O declínio da pregação contemporânea

John F. MacArthur, Jr.




Resumo, por André Luiz Gomes Schröder.

 


O artigo apresenta em seu foco inicial a influência que a televisão exerce sobre a sociedade, vez que é um veículo que se dedica ao entretenimento, as propagandas apelam às emoções e promove uma visão surrealista do mundo ao mesclar a vida real com a ilusão, resultando em uma banalização da verdade.





A partir da análise do pensamento de Neil Postman, argumenta que a televisão mutila a capacidade de pensar e reduz a aptidão para a verdadeira comunicação ao transmitir informações irrelevantes, teatral, que não desafiam a pensar e faz perder a tolerância de aprender.



Ressalta que no mesmo diapasão há um declínio da pregação, pois em nossos dias é valorizado o evangelista que exagera as emoções e traz uma pregação superficial, porém breve e estimulante, voltada para o  entretenimento e que estimula o ouvinte a um frenesi, sem se importar com o ensino, a repreensão, correção ou educação na justiça, sendo que muitos pregadores já consideram o ensino de doutrinas como algo indesejável e sem utilidade prática, sob o argumento de que  as pessoas não recordam aquilo que foi pregado. Daí, é perda de tempo ouvir  sermões demorados.



Conclui dizendo que a pregação entretenimento é uma completa acomodação a uma sociedade educada pela televisão. Revela pouca preocupação com a verdade. É contrária às escrituras e o grande desafio de um pastor contemporâneo é  alcançar pessoas que se mostram indispostas e incapazes de ouvir com atenção e raciocínio exposições da verdade divina.




Leia a íntegra do artigo em: http://www.monergismo.com/textos/pregacao/pregacao_mac.pdf

O declínio da pregação contemporânea

John F. MacArthur, Jr.




Resumo, por André Luiz Gomes Schröder.

 


O artigo apresenta em seu foco inicial a influência que a televisão exerce sobre a sociedade, vez que é um veículo que se dedica ao entretenimento, as propagandas apelam às emoções e promove uma visão surrealista do mundo ao mesclar a vida real com a ilusão, resultando em uma banalização da verdade.





A partir da análise do pensamento de Neil Postman, argumenta que a televisão mutila a capacidade de pensar e reduz a aptidão para a verdadeira comunicação ao transmitir informações irrelevantes, teatral, que não desafiam a pensar e faz perder a tolerância de aprender.



Ressalta que no mesmo diapasão há um declínio da pregação, pois em nossos dias é valorizado o evangelista que exagera as emoções e traz uma pregação superficial, porém breve e estimulante, voltada para o  entretenimento e que estimula o ouvinte a um frenesi, sem se importar com o ensino, a repreensão, correção ou educação na justiça, sendo que muitos pregadores já consideram o ensino de doutrinas como algo indesejável e sem utilidade prática, sob o argumento de que  as pessoas não recordam aquilo que foi pregado. Daí, é perda de tempo ouvir  sermões demorados.



Conclui dizendo que a pregação entretenimento é uma completa acomodação a uma sociedade educada pela televisão. Revela pouca preocupação com a verdade. É contrária às escrituras e o grande desafio de um pastor contemporâneo é  alcançar pessoas que se mostram indispostas e incapazes de ouvir com atenção e raciocínio exposições da verdade divina.




Leia a íntegra do artigo em: http://www.monergismo.com/textos/pregacao/pregacao_mac.pdf

sábado, 19 de setembro de 2009

O limiar entre a fé, revelação e Teologia





Revelação é a comunicação ativa que o homem recebe de Deus sobre a natureza, os atributos e os propósitos divinos. Assim, o homem é sujeito ativo na revelação, pois é necessária a interpretação para compreensão e conseqüente aplicação das verdades divinas ao cotidiano humano.



 A teologia estuda o resultado fático da revelação na vida do homem, fazendo surgir crenças, doutrinas, dogmas ou asserções teológicas. Daí, a revelação dá à teologia o seu objeto de estudo. 



A fé é o fundamento da revelação transcendente de Deus. É por ela que o homem busca a revelação para aplicar a vontade divina ao seu cotidiano e para desvendar o “sentido da vida”. Fé e revelação são interdependentes, porém são institutos distintos, bem como é distinta a teologia, pois a teologia se volta para a interpretação das experiências de fé, decorrentes da busca pela revelação. Daí, a fé e a revelação são por demais importantes para a teologia, pois sem aquelas, esta não subsistiria.





André Luiz Gomes Schröder










O limiar entre a fé, revelação e Teologia





Revelação é a comunicação ativa que o homem recebe de Deus sobre a natureza, os atributos e os propósitos divinos. Assim, o homem é sujeito ativo na revelação, pois é necessária a interpretação para compreensão e conseqüente aplicação das verdades divinas ao cotidiano humano.



 A teologia estuda o resultado fático da revelação na vida do homem, fazendo surgir crenças, doutrinas, dogmas ou asserções teológicas. Daí, a revelação dá à teologia o seu objeto de estudo. 



A fé é o fundamento da revelação transcendente de Deus. É por ela que o homem busca a revelação para aplicar a vontade divina ao seu cotidiano e para desvendar o “sentido da vida”. Fé e revelação são interdependentes, porém são institutos distintos, bem como é distinta a teologia, pois a teologia se volta para a interpretação das experiências de fé, decorrentes da busca pela revelação. Daí, a fé e a revelação são por demais importantes para a teologia, pois sem aquelas, esta não subsistiria.





André Luiz Gomes Schröder










A música gospel no contexto da sociedade brasileira


  É cada vez maior o número de líderes religiosos e “conjuntos, grupos e bandas” que se dedicam à gravação de mídias com música gospel. Tal fenômeno tem influenciado a música brasileira, porém ainda de modo tímido. Em uma visão hermenêutica, e com o fim de provocar uma análise sincera, indagamos: 

A difusão da música gospel, até mesmo por rádios não evangélicas, se dá por um movimento de sincretismo e ecumenismo ou em atendimento a um apelo por uma musicalidade sem exaltação à sensualidade contida na música brasileira atual? 

A musicalidade praticada é para satisfação psicológica humana ou para louvor da divindade? 

A mercantilização das bandas gospel é reprovável ou assemelha-se à família de Asafe, o levita? 

O propósito é a criação de um nicho profissional e mercantil ou é o louvor a Deus? 

A que interessa a manutenção ou extinção de tal modelo?




André Luiz Gomes Schröder



A música gospel no contexto da sociedade brasileira


  É cada vez maior o número de líderes religiosos e “conjuntos, grupos e bandas” que se dedicam à gravação de mídias com música gospel. Tal fenômeno tem influenciado a música brasileira, porém ainda de modo tímido. Em uma visão hermenêutica, e com o fim de provocar uma análise sincera, indagamos: 

A difusão da música gospel, até mesmo por rádios não evangélicas, se dá por um movimento de sincretismo e ecumenismo ou em atendimento a um apelo por uma musicalidade sem exaltação à sensualidade contida na música brasileira atual? 

A musicalidade praticada é para satisfação psicológica humana ou para louvor da divindade? 

A mercantilização das bandas gospel é reprovável ou assemelha-se à família de Asafe, o levita? 

O propósito é a criação de um nicho profissional e mercantil ou é o louvor a Deus? 

A que interessa a manutenção ou extinção de tal modelo?




André Luiz Gomes Schröder



O ideário de Martinho Lutero






O ideário de Martinho Lutero propugnava por uma igreja menos hierarquizada, mais próxima do povo e firmada na graça e na fé.

Na leitura do seu ideário, “Igreja
próxima ao povo” é sinônimo do “povo próximo à palavra”. Daí, a
interpretação da palavra não é direcionada pelos objetivos do clero,
mas em atendimento às  angústias, necessidades e aflições do povo que
deposita suas esperanças na graça redentora de Cristo que é capaz de
perdoar os pecados e libertar da culpa e do pecado, por estarem
justificados pelo sacrifício vicário e não pela ritualística imposta
pelo clero da Igreja.
Sendo o povo o lugar e o agente da
produção teológica, torna-se incoerente a hierarquia clerical, vez que
a “palavra” está com o povo.




Tal
concepção de Igreja se perpetuou até nossos dias, promovendo uma
reforma constante, ininterrupta, o que propiciou ao leigo, desprovido
de estudo teológico, a oportunidade de “ministrar a palavra”, ou seja,
ensinar as “Divinas Escrituras”, interpretando-as segundo suas
convicções pessoais evoluindo a ponto de promover a ordenação de leigos
para o ministério na Igreja, principalmente com o advento do “novo
movimento reformador” das Igrejas Históricas: o “reavivamento
pentecostal”.





Assim, o ideário de Lutero continua vivo em nossos dias e norteando os caminhos da “evolução” da reforma da Igreja.




André Luiz Gomes Schröder












O ideário de Martinho Lutero






O ideário de Martinho Lutero propugnava por uma igreja menos hierarquizada, mais próxima do povo e firmada na graça e na fé.

Na leitura do seu ideário, “Igreja
próxima ao povo” é sinônimo do “povo próximo à palavra”. Daí, a
interpretação da palavra não é direcionada pelos objetivos do clero,
mas em atendimento às  angústias, necessidades e aflições do povo que
deposita suas esperanças na graça redentora de Cristo que é capaz de
perdoar os pecados e libertar da culpa e do pecado, por estarem
justificados pelo sacrifício vicário e não pela ritualística imposta
pelo clero da Igreja.
Sendo o povo o lugar e o agente da
produção teológica, torna-se incoerente a hierarquia clerical, vez que
a “palavra” está com o povo.




Tal
concepção de Igreja se perpetuou até nossos dias, promovendo uma
reforma constante, ininterrupta, o que propiciou ao leigo, desprovido
de estudo teológico, a oportunidade de “ministrar a palavra”, ou seja,
ensinar as “Divinas Escrituras”, interpretando-as segundo suas
convicções pessoais evoluindo a ponto de promover a ordenação de leigos
para o ministério na Igreja, principalmente com o advento do “novo
movimento reformador” das Igrejas Históricas: o “reavivamento
pentecostal”.





Assim, o ideário de Lutero continua vivo em nossos dias e norteando os caminhos da “evolução” da reforma da Igreja.




André Luiz Gomes Schröder












O círculo hermenêutico






A idéia de círculo hermenêutico foi consolidada a partir da publicação das obras dos pensadores Martin Heidegger (Ser e Tempo) e de seu discípulo Hans-Georg Gadamer (Verdade e Método), para os quais a hermenêutica somente se estabelece no mundo da experiência, no mundo da pré-compreensão, no qual somos e nos compreendemos como seres a partir da estrutura prévia de sentido. É a mesma base da teoria construtivista de Piaget.



Para o  processo interpretativo é necessário compreender o todo de um texto a partir do entendimento das suas partes e estas  a partir da compreensão do todo. Portanto, não é possível partir do ponto zero, da ausência de conhecimento anterior, mas é necessário partir de uma pré-comprensão que  envolva a nossa própria relação com o todo do texto, dando lhe um primeiro sentido, o qual se torna a base para uma significação mais complexa a partir da continuidade do processo, que é dinâmico, contínuo e circular e se renova a cada esforço interpretativo. Daí, A interpretação começa com conceitos prévios, que vão sendo substituídos, por outros mais adequados na medida em que o leitor passa a ouvir a voz do texto e se deixa interpelar por ele.



O círculo hermenêutico, não se traduz pela descoberta de um sentido único, exato ou correto do texto ou da norma. Nele, enquanto a exegese estabelece cada passo ou etapa do projeto interpretativo do texto, a hermenêutica  prima pela definição das condições e princípios norteadores da interpretação do texto. É um contínuo processo de execução de plano de extração de  significação e o retorno de uma nova informação que será acrescida àquelas que foram obtidas anteriormente, construindo um novo conceito.




André Luiz Gomes Schröder


O círculo hermenêutico






A idéia de círculo hermenêutico foi consolidada a partir da publicação das obras dos pensadores Martin Heidegger (Ser e Tempo) e de seu discípulo Hans-Georg Gadamer (Verdade e Método), para os quais a hermenêutica somente se estabelece no mundo da experiência, no mundo da pré-compreensão, no qual somos e nos compreendemos como seres a partir da estrutura prévia de sentido. É a mesma base da teoria construtivista de Piaget.



Para o  processo interpretativo é necessário compreender o todo de um texto a partir do entendimento das suas partes e estas  a partir da compreensão do todo. Portanto, não é possível partir do ponto zero, da ausência de conhecimento anterior, mas é necessário partir de uma pré-comprensão que  envolva a nossa própria relação com o todo do texto, dando lhe um primeiro sentido, o qual se torna a base para uma significação mais complexa a partir da continuidade do processo, que é dinâmico, contínuo e circular e se renova a cada esforço interpretativo. Daí, A interpretação começa com conceitos prévios, que vão sendo substituídos, por outros mais adequados na medida em que o leitor passa a ouvir a voz do texto e se deixa interpelar por ele.



O círculo hermenêutico, não se traduz pela descoberta de um sentido único, exato ou correto do texto ou da norma. Nele, enquanto a exegese estabelece cada passo ou etapa do projeto interpretativo do texto, a hermenêutica  prima pela definição das condições e princípios norteadores da interpretação do texto. É um contínuo processo de execução de plano de extração de  significação e o retorno de uma nova informação que será acrescida àquelas que foram obtidas anteriormente, construindo um novo conceito.




André Luiz Gomes Schröder


Pode haver harmonia entre a fé e a razão?





A fé e a razão podem trilhar o caminho da harmonia pelo diálogo, mas a guerra de acusações de dogmatismo religioso e superstição e contra-ataque acusatório de ateísmo e heresia, causa instabilidade e abalo da fé. A fé deve aliar-se à filosofia para discernir os conteúdos essenciais dos secundários, os alegóricos dos metafísicos, para que se obtenham bases sólidas. Por outro lado, a fé pode proteger a Filosofia contra reduções racionais que chegue a conclusões apressadas, contraditórias e irracionais.








“A fé também não deve fugir das objeções da razão científica, mas deve estar disposta a argumentar. Se realmente busco a verdade, em princípio, devo interessar-me na discussão. Cada postura deve justificar-se perante o fórum crítico da razão”(ZILLES, Urbano. Fé e razão na filosofia e  na ciência. Rev. Trim. Porto Alegre v. 35 Nº 149 Set. 2005 p. 457 – 479. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/view/1697/1230)





André Luiz Gomes Schröder



Pode haver harmonia entre a fé e a razão?





A fé e a razão podem trilhar o caminho da harmonia pelo diálogo, mas a guerra de acusações de dogmatismo religioso e superstição e contra-ataque acusatório de ateísmo e heresia, causa instabilidade e abalo da fé. A fé deve aliar-se à filosofia para discernir os conteúdos essenciais dos secundários, os alegóricos dos metafísicos, para que se obtenham bases sólidas. Por outro lado, a fé pode proteger a Filosofia contra reduções racionais que chegue a conclusões apressadas, contraditórias e irracionais.








“A fé também não deve fugir das objeções da razão científica, mas deve estar disposta a argumentar. Se realmente busco a verdade, em princípio, devo interessar-me na discussão. Cada postura deve justificar-se perante o fórum crítico da razão”(ZILLES, Urbano. Fé e razão na filosofia e  na ciência. Rev. Trim. Porto Alegre v. 35 Nº 149 Set. 2005 p. 457 – 479. Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/article/view/1697/1230)





André Luiz Gomes Schröder



Mitos da atualidade..




Sob a influência do cientificismo, o mito toma uma nova roupagem. Permanecem aqueles que se reportam à origem da vida ou quanto à vida após a morte, porém o mito contemporâneo que ganha mais publicidade, afasta-se desse tipo de imaginário para apresentar justificativas, soluções ou modelos a ser seguido no cotidiano. São modelos fabricados pela mídia para servirem de referenciais imaginários para os vários tipos de desejos, anseios e emoções, como os homens rodeados de mulheres nas propagandas de cerveja; os heróis imortais e invencíveis como o Rambo; ou personagens de filmes que se tornam o padrão de comportamento tanto para vestimenta como nas expressões lingüísticas. É uma busca de identidade que deságua no comsumismo. 




André Luiz Gomes Schröder


Mitos da atualidade..




Sob a influência do cientificismo, o mito toma uma nova roupagem. Permanecem aqueles que se reportam à origem da vida ou quanto à vida após a morte, porém o mito contemporâneo que ganha mais publicidade, afasta-se desse tipo de imaginário para apresentar justificativas, soluções ou modelos a ser seguido no cotidiano. São modelos fabricados pela mídia para servirem de referenciais imaginários para os vários tipos de desejos, anseios e emoções, como os homens rodeados de mulheres nas propagandas de cerveja; os heróis imortais e invencíveis como o Rambo; ou personagens de filmes que se tornam o padrão de comportamento tanto para vestimenta como nas expressões lingüísticas. É uma busca de identidade que deságua no comsumismo. 




André Luiz Gomes Schröder


A relação entre o Templo e sinagoga judaica








Para o judeu o Templo de Jerusalém era o símbolo máximo – visível – da  presença invisível de Deus, no meio do povo. Era o local exclusivo da morada de Deus, de adoração, de comunicação com Jeová e de sacrifício e oferendas a Deus, conforme a doutrina salomônica que foi preservada mesmo com a intercorrência da destruição do templo em 587 a.C.



Nos primórdios da Era Cristã, esta importância é revelada nos eventos da história de Jesus – anuncio do nascimento de João Batista, apresentação de Jesus no Templo, purificação do Templo, profecia de Jesus quando entra em Jerusalém e a grande migração nos dias de festas nacionais para as comemorações no Templo.  Tudo revela o zelo especial que Cristo e os judeus tinham pelo Templo e sua liturgia.



Após o cativeiro, a destruição babilônica do Templo e com a dispersão dos judeus houve necessidade de criar um local de reunião religiosa dos judeus. Esse local foi chamado de Sinagoga. Era o local de reunião – comunhão – oração, adoração a Deus, doutrinamento, julgamento das questões éticas-religiosas e, principalmente, sua função central, a leitura das "Leis e dos Profetas", porém não era um lugar sacrificial. Os sacrifícios judaicos continuavam centrados no Templo de Jerusalém.



Nas sinagogas havia um sentimento de presença especial de Deus, porém somente no Templo havia o "santo dos santos". A sinagoga não substituía o Templo, mas era um espaço próximo do povo onde o acesso era democratizado e serviu de inspiração para os locais de reunião dos cristãos que muitas vezes se reuniram nas sinagogas.




André Luiz Gomes Schröder



A relação entre o Templo e sinagoga judaica








Para o judeu o Templo de Jerusalém era o símbolo máximo – visível – da  presença invisível de Deus, no meio do povo. Era o local exclusivo da morada de Deus, de adoração, de comunicação com Jeová e de sacrifício e oferendas a Deus, conforme a doutrina salomônica que foi preservada mesmo com a intercorrência da destruição do templo em 587 a.C.



Nos primórdios da Era Cristã, esta importância é revelada nos eventos da história de Jesus – anuncio do nascimento de João Batista, apresentação de Jesus no Templo, purificação do Templo, profecia de Jesus quando entra em Jerusalém e a grande migração nos dias de festas nacionais para as comemorações no Templo.  Tudo revela o zelo especial que Cristo e os judeus tinham pelo Templo e sua liturgia.



Após o cativeiro, a destruição babilônica do Templo e com a dispersão dos judeus houve necessidade de criar um local de reunião religiosa dos judeus. Esse local foi chamado de Sinagoga. Era o local de reunião – comunhão – oração, adoração a Deus, doutrinamento, julgamento das questões éticas-religiosas e, principalmente, sua função central, a leitura das "Leis e dos Profetas", porém não era um lugar sacrificial. Os sacrifícios judaicos continuavam centrados no Templo de Jerusalém.



Nas sinagogas havia um sentimento de presença especial de Deus, porém somente no Templo havia o "santo dos santos". A sinagoga não substituía o Templo, mas era um espaço próximo do povo onde o acesso era democratizado e serviu de inspiração para os locais de reunião dos cristãos que muitas vezes se reuniram nas sinagogas.




André Luiz Gomes Schröder



A influência do Apóstolo Paulo na Igreja de Cristo


Paulo exerceu grande influência sobre o mundo em seus dias. Com disposição, eloquência, liderança e determinação levou o cristianismo além dos limites geográficos da Judéia com uma doutrina de impacto que perpetuou influenciando o Cristianismo, consagrando-o como o grande teólogo da igreja cristã primitiva. Sua doutrina contempla vários temas, dentre os quais estão a justificação pela fé, a santificação pela obediência e a esperança e certeza da ressurreição em Cristo. Defendeu ardentemente a “mensagem que recebeu de Cristo”, combateu aquilo que entendeu ser heresia, bem como seus autores, tidos por falsos profetas. Foi paladino da unidade da igreja e da igualdade entre judeus e gentios.



Se o caminhar de Paulo pode ser sinônimo de evangelização e propagação da comunhão em Cristo, podemos dizer que a simetria correlata para o nosso tempo é de que seus escritos são sinônimos de edificação e exortação aos cristãos, pois é dado tanto o “leite espiritual” para o neófito como o “alimento sólido” para o crescimento dos imitadores de Cristo.



A maior prova da grandeza da contribuição de Paulo é o resultado das parcas páginas dos escritos de Paulo, as quais já renderam milhares e milhares de outras páginas produzidas por teólogos que buscam interpretar suas doutrinas e com isso produzem a dinâmica da teologia contemporânea reflexa à dinâmica do pensamento e filosofia da sociedade.


André Luiz Gomes Schröder



A influência do Apóstolo Paulo na Igreja de Cristo


Paulo exerceu grande influência sobre o mundo em seus dias. Com disposição, eloquência, liderança e determinação levou o cristianismo além dos limites geográficos da Judéia com uma doutrina de impacto que perpetuou influenciando o Cristianismo, consagrando-o como o grande teólogo da igreja cristã primitiva. Sua doutrina contempla vários temas, dentre os quais estão a justificação pela fé, a santificação pela obediência e a esperança e certeza da ressurreição em Cristo. Defendeu ardentemente a “mensagem que recebeu de Cristo”, combateu aquilo que entendeu ser heresia, bem como seus autores, tidos por falsos profetas. Foi paladino da unidade da igreja e da igualdade entre judeus e gentios.



Se o caminhar de Paulo pode ser sinônimo de evangelização e propagação da comunhão em Cristo, podemos dizer que a simetria correlata para o nosso tempo é de que seus escritos são sinônimos de edificação e exortação aos cristãos, pois é dado tanto o “leite espiritual” para o neófito como o “alimento sólido” para o crescimento dos imitadores de Cristo.



A maior prova da grandeza da contribuição de Paulo é o resultado das parcas páginas dos escritos de Paulo, as quais já renderam milhares e milhares de outras páginas produzidas por teólogos que buscam interpretar suas doutrinas e com isso produzem a dinâmica da teologia contemporânea reflexa à dinâmica do pensamento e filosofia da sociedade.


André Luiz Gomes Schröder



O propósito do Livro de Atos dos Apóstolos






Considerando que o Livro de Atos é uma continuidade do Evangelho de Lucas, seu intento é apresentar um relatório de investigação, por meio de narrativa ordenada dos fatos que envolveram Cristo e seus Apóstolos, com o fim de demonstrar a operosidade do evangelho pela ação do Espírito Santo para o cumprimento integral da “Grande Comissão”, a qual alcançou seu ápice ao chegar aos confins da Terra, levando a salvação tanto para os judeus como para os samaritanos e gentios, por meio dos ministérios dos apóstolos Pedro e Paulo.



Ainda que não seja seu propósito, ao Livro de Atos pode ser atribuído um objetivo de defesa dos desígnios da noviça Igreja de Cristo e apaziguamento dos seguidores que discordavam ou aprovavam o divórcio entre o novo “caminho” e o judaísmo, pois, para apresentar a unidade de propósito doutrinário expõe Pedro, o “conservador”, em comunhão com os gentios e Paulo, o “liberal”, se submetendo à ritualística do judaísmo. Tenho que este foi o principal papel de Atos na era patrística.



A grande comissão do Livro de Atos no “mundo gentílico” de nossos dias é edificar os cristãos pela propagação dos exemplos passados quando estampa a perseverança, a oração, o propósito de comunhão e solidariedade entre os irmãos. O Livro de Atos é o aio da obra viva de Cristo crucificado. É o registro da revelação da ação e do poder do Espírito Santo na Igreja. Em uma visão apaixonada, a igreja contemporânea sem o Livro de Atos correria o risco de tornar o Evangelho uma mera filosofia de vida ou de princípios éticos; sem vida espiritual.


André Luiz Gomes Schröder 



O propósito do Livro de Atos dos Apóstolos






Considerando que o Livro de Atos é uma continuidade do Evangelho de Lucas, seu intento é apresentar um relatório de investigação, por meio de narrativa ordenada dos fatos que envolveram Cristo e seus Apóstolos, com o fim de demonstrar a operosidade do evangelho pela ação do Espírito Santo para o cumprimento integral da “Grande Comissão”, a qual alcançou seu ápice ao chegar aos confins da Terra, levando a salvação tanto para os judeus como para os samaritanos e gentios, por meio dos ministérios dos apóstolos Pedro e Paulo.



Ainda que não seja seu propósito, ao Livro de Atos pode ser atribuído um objetivo de defesa dos desígnios da noviça Igreja de Cristo e apaziguamento dos seguidores que discordavam ou aprovavam o divórcio entre o novo “caminho” e o judaísmo, pois, para apresentar a unidade de propósito doutrinário expõe Pedro, o “conservador”, em comunhão com os gentios e Paulo, o “liberal”, se submetendo à ritualística do judaísmo. Tenho que este foi o principal papel de Atos na era patrística.



A grande comissão do Livro de Atos no “mundo gentílico” de nossos dias é edificar os cristãos pela propagação dos exemplos passados quando estampa a perseverança, a oração, o propósito de comunhão e solidariedade entre os irmãos. O Livro de Atos é o aio da obra viva de Cristo crucificado. É o registro da revelação da ação e do poder do Espírito Santo na Igreja. Em uma visão apaixonada, a igreja contemporânea sem o Livro de Atos correria o risco de tornar o Evangelho uma mera filosofia de vida ou de princípios éticos; sem vida espiritual.


André Luiz Gomes Schröder 



A prática pedagógica de Jesus pode iluminar nossos trabalhos educacionais hoje?






A pedagogia de Jesus tem por característica a “prática” – ou práxis – em relevo ao discurso e à fala. Ele não apenas recomenda a prática de seus ensinos como também põe em prática, à vista de todos, a sua graça e sua misericórdia por meio das curas ou defesa dos oprimidos, para que lhes seja devolvida a dignidade e a esperança. O resultado é a exigência de uma religiosidade frutuosa, regada de misericórdia, amor e valorização do ser humano.



Tal pedagogia se manifesta em um ambiente familiar, caseiro, “formado nas coisas da vida, no tempo em que era um simples artesão”, a partir de experiências reais que se manifestam em um contexto de necessidade libertadora.



Ao delinear tal quadro, a prática pedagógica de Jesus se mostra como o melhor exemplo para inspirar uma prática pedagógica da educação secular, porque nos conclama a viver o amor e a tolerância, pois viver como Jesus viveu é compreender e aceitar a cultura do outro para viver o evangelho livre de preconceitos e fundamentado na igualdade entre os homens. Daí dizer que Jesus nos mostra como viver a vida humana plena.



Em Cristo encontramos os fundamentos que as atuais teorias pedagógicas aspiram, pois sua prática pedagógica se estrutura na justiça e na verdade, bases sólidas de valores reais.


André Luiz Gomes Schröder 



A prática pedagógica de Jesus pode iluminar nossos trabalhos educacionais hoje?






A pedagogia de Jesus tem por característica a “prática” – ou práxis – em relevo ao discurso e à fala. Ele não apenas recomenda a prática de seus ensinos como também põe em prática, à vista de todos, a sua graça e sua misericórdia por meio das curas ou defesa dos oprimidos, para que lhes seja devolvida a dignidade e a esperança. O resultado é a exigência de uma religiosidade frutuosa, regada de misericórdia, amor e valorização do ser humano.



Tal pedagogia se manifesta em um ambiente familiar, caseiro, “formado nas coisas da vida, no tempo em que era um simples artesão”, a partir de experiências reais que se manifestam em um contexto de necessidade libertadora.



Ao delinear tal quadro, a prática pedagógica de Jesus se mostra como o melhor exemplo para inspirar uma prática pedagógica da educação secular, porque nos conclama a viver o amor e a tolerância, pois viver como Jesus viveu é compreender e aceitar a cultura do outro para viver o evangelho livre de preconceitos e fundamentado na igualdade entre os homens. Daí dizer que Jesus nos mostra como viver a vida humana plena.



Em Cristo encontramos os fundamentos que as atuais teorias pedagógicas aspiram, pois sua prática pedagógica se estrutura na justiça e na verdade, bases sólidas de valores reais.


André Luiz Gomes Schröder 



O paradoxo da Teologia Prática






Há quem defenda que “a Teologia Prática como caminho torna-se ao mesmo tempo mais urgente e mais remota”. Tal afirmativa encontra fundamento em um contexto social de predomínio do individualismo e da exclusão social daqueles que são menos favorecidos pela [falta de] oportunidades propiciadas por um sistema roto, fruto de uma sociedade capitalista e de consumo, que se consolida discriminatória e elitista face à prática da exclusão pelo exercício da valoração com base no princípio de que o homem/cidadão “vale o que tem”.



Assim, para que tal paradigma social seja rompido, é necessária a prática de uma teologia pastoral que propugne pela justiça e igualdade social, pautada pelo amor Divino, o que equivale dizer que a Teologia Prática se torna mais “urgente”. Porém, a Teologia que é urgente torna-se remota ante a lógica humana que é induzida pelo egoísmo e individualismo, pois torna cada vez mais distante uma prática pastoral que vá ao encontro dos anseios dos excluídos e injustiçados pelo sistema para que se reestabeleça a coesão social.



Em suma, “a Teologia Prática como caminho torna-se ao mesmo tempo mais urgente e mais remota” é o reflexo do dualismo humano já prenunciado por Paulo: “porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rom. 7:19).


André Luiz Gomes Schröder 



O paradoxo da Teologia Prática






Há quem defenda que “a Teologia Prática como caminho torna-se ao mesmo tempo mais urgente e mais remota”. Tal afirmativa encontra fundamento em um contexto social de predomínio do individualismo e da exclusão social daqueles que são menos favorecidos pela [falta de] oportunidades propiciadas por um sistema roto, fruto de uma sociedade capitalista e de consumo, que se consolida discriminatória e elitista face à prática da exclusão pelo exercício da valoração com base no princípio de que o homem/cidadão “vale o que tem”.



Assim, para que tal paradigma social seja rompido, é necessária a prática de uma teologia pastoral que propugne pela justiça e igualdade social, pautada pelo amor Divino, o que equivale dizer que a Teologia Prática se torna mais “urgente”. Porém, a Teologia que é urgente torna-se remota ante a lógica humana que é induzida pelo egoísmo e individualismo, pois torna cada vez mais distante uma prática pastoral que vá ao encontro dos anseios dos excluídos e injustiçados pelo sistema para que se reestabeleça a coesão social.



Em suma, “a Teologia Prática como caminho torna-se ao mesmo tempo mais urgente e mais remota” é o reflexo do dualismo humano já prenunciado por Paulo: “porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rom. 7:19).


André Luiz Gomes Schröder 



O impacto da cidade, como espaço religioso, sobre a fé cristã





O ambiente capitalista em que são construídas as novas cidades determina novos valores para os homens. Valores construídos a partir do individualismo, dada a abrangência das múltiplas relações que se tornam superficiais com a ruptura da comunhão pela impossibilidade de se estabelecer tantos relacionamentos quanto o número de pessoas que estão “próximas”, pois nas metrópoles há o alargamento das distâncias entre trabalho-moradia, casa-amizades, igreja-família e outros, o que descaracteriza a vizinhança, desfazem-se as relações primárias e espontâneas, o que desqualifica os amigos, impõem-se as relações secundárias e funcionais, o que cria os colegas e os invisíveis, afetados pela indiferença.


Na prevalência de tal multiplicidade de relacionamentos superficiais cria-se o isolacionismo, pois não há vínculo com o próximo e este se torna um objeto ambulante, dada a falta do vínculo afetivo, daí a indiferença, o narcisismo, a autosuficiência e o egoísmo.


O ambiente urbano contribui para o isolacionismo ao criar espaços cada vez mais coletivos e quando subsiste o espaço individual, é espaço de isolamento. Para atender os espaços coletivos, rapidamente são destruídos os espaços antigos, cultural e religiosamente significativos.


É intrigante a leitura que o Pe J.B Libanio faz sobre o tema em seu artigo “A igreja na cidade”, ao argumentar que :


“a destruição dos espaços tradicionais afetou diretamente a pastoral e o imaginário religioso. O nosso inconsciente é feito de sons e cheiros, de toques e gostos, de visões e sentimentos, percebidos e armazenados. E toda vez que uma tecla os provoca, brotam as experiências passadas. Ora, o inconsciente religioso forma-se, no campo e nas pequenas cidades, com os incensos das igrejas, o dobrar dos sinos, o corte majestoso da igreja paroquial, o murmúrio das preces, o arrastar-se das procissões ao som estridente das bandas, o soar dos órgãos ou harmônios, a voz decidida e preceptiva do vigário. A grande cidade tem o condão de silenciar-lhe todos esses estímulos. Mais profunda ainda se dá a mudança, ao atingir a própria lógica espacial da cidade. Quando se diz vulgarmente que o shopping assumiu o lugar da catedral não se traduz simplesmente uma percepção visual. Revela tal fato a nova lógica espacial da grande cidade que afeta intimamente o universal religioso e de valores das pessoas. Com efeito, a centralidade da igreja matriz da pequena cidade refletia a posição de destaque do Transcendente na vida das pessoas e da sua mediação histórica institucional da Igreja. O shopping desloca o Transcendente religioso para o interior das pessoas, para fora do campo visual, cercando o mercado, a mercadoria, com o esplendor e a beleza, que antes vestiam os ritos religiosos.” (Disponível em: http://www.jblibanio.com.br/modules/wfsection/article.php?articleid=221)



Em um quadro de isolamento coletivo o homem é provocado pelo instinto animal da luta pela sobrevivência, orientado por uma ideologia de sucesso, eficácia, desempenho, competitividade, excelência e qualidade total para ser o melhor, “se lixando” (lembrando a expressão do deputado Sérgio Moraes, homem público que busca o individualismo) pelo que os outros estão passando e acaba por embriagar-se em um consumismo compulsivo, consumismo que comanda os desejos do homem e ocupa o inconsciente da religiosidade. Daí a necessidade de despertar o homem para a lógica da fé que orienta o homem para uma prática cristã voltada para o amor ao próximo, que aniquila a indiferença e o individualismo, pois a lógica do evangelho é firmada no conceito comunitário e de koinonia, o que impõe à prática pastoral um discurso contrário à lógica urbana do individualismo.


André Luiz Gomes Schröder 


O impacto da cidade como espaço religioso sobre a fé cristã






O ambiente capitalista em que são construídas as novas cidades determina novos valores para os homens. Valores construídos a partir do individualismo, dada a abrangência das múltiplas relações que se tornam superficiais com a ruptura da comunhão pela impossibilidade de se estabelecer tantos relacionamentos quanto o número de pessoas que estão “próximas”, pois nas metrópoles há o alargamento das distâncias entre trabalho-moradia, casa-amizades, e outros, o que descaracteriza a vizinhança, desfaz-se as relações primárias e espontâneas, o que desqualifica os amigos, impõem-se as relações secundárias e funcionais, o que cria os colegas e os invisíveis, afetados pela indiferença.



Na prevalência de tal multiplicidade de relacionamentos superficiais, cria-se o isolacionismo, pois não há vínculo com o próximo e este se torna um objeto ambulante dada a falta do vínculo afetivo, daí a indiferença, o narcisismo, a autosuficiência e o egoísmo.



O ambiente urbano contribui para o isolacionismo ao criar espaços cada vez mais coletivos e quando há o espaço individual é espaço de isolamento. Para atender tais espaços coletivos, rapidamente são destruídos os espaços antigos, cultural e religiosamente significativos.



É intrigante a leitura que o Pe J.B Libanio faz sobre o tema em seu artigo “A igreja na cidade”, ao argumentar que :


“a destruição dos espaços tradicionais afetou diretamente a pastoral e o imaginário religioso. O nosso inconsciente é feito de sons e cheiros, de toques e gostos, de visões e sentimentos, percebidos e armazenados. E toda vez que uma tecla os provoca, brotam as experiências passadas. Ora, o inconsciente religioso forma-se, no campo e nas pequenas cidades, com os incensos das igrejas, o dobrar dos sinos, o corte majestoso da igreja paroquial, o murmúrio das preces, o arrastar-se das procissões ao som estridente das bandas, o soar dos órgãos ou harmônios, a voz decidida e preceptiva do vigário. A grande cidade tem o condão de silenciar-lhe todos esses estímulos. Mais profunda ainda se dá a mudança, ao atingir a própria lógica espacial da cidade. Quando se diz vulgarmente que o shopping assumiu o lugar da catedral não se traduz simplesmente uma percepção visual. Revela tal fato a nova lógica espacial da grande cidade que afeta intimamente o universal religioso e de valores das pessoas. Com efeito, a centralidade da igreja matriz da pequena cidade refletia a posição de destaque do Transcendente na vida das pessoas e da sua mediação histórica institucional da Igreja. O shopping desloca o Transcendente religioso para o interior das pessoas, para fora do campo visual, cercando o mercado, a mercadoria, com o esplendor e a beleza, que antes vestiam os ritos religiosos.” (Disponível em: http://www.jblibanio.com.br/modules/wfsection/article.php?articleid=221)





Em um quadro de isolamento coletivo, o homem é provocado pelo instinto animal da luta pela sobrevivência, orientado por uma ideologia de sucesso, eficácia, desempenho, competitividade, excelência e qualidade total para ser o melhor sem “se lixar” (lembrando a expressão do deputado, homem público que busca o individualismo) pelo que os outros estão passando e acaba por embriagar-se em um consumismo compulsivo, consumismo que comanda os desejos do homem e ocupa o inconsciente da religiosidade, daí a necessidade de despertar o homem para a lógica da fé que orienta o homem para uma prática cristã voltada para o amor ao próximo, que aniquila a indiferença e o individualismo, pois a lógica do evangelho é firmada no conceito comunitário e de koinonia, o que impõe à prática pastoral um discurso contrário à lógica urbana do individualismo.


André Luiz Gomes Schröder 



A relação entre Teologia Prática e educação


Tendo por base pedagogia vista como “ciência derivada da ética e coordenada com a política” e a educação como “a direção e prosseguimento do desenvolver do indivíduo pela influência exterior”, onde manifesta ações da família, igreja, ciência e, sobretudo, da comunidade em que está inserido, podemos afirmar que a teologia prática orienta a formação e a prática pastoral para uma interpretação das necessidades da igreja que são vistas não somente pela interpretação dogmática.



Se a educação é centrada na relação do indivíduo com o exterior, podemos afirmar que há uma relação entre o indivíduo e o seu próprio destino, pois pela educação o indivíduo pode atuar sobre suas potencialidades e sobre as possibilidades da realidade de seu mundo exterior, tornando o indivíduo dono do seu próprio destino. Balizada por tal princípio, a educação tem por propósito a busca do caminho que leve ao atendimento das aspirações ou melhoria e satisfação da necessidades dos indivíduos e da sociedade.



A partir dessa visão da educação, a Teologia Prática encontra seu nicho de atuação, não com uma atuação consciente sobre o conhecimento e as relações sociais (nicho da educação), mas sobre a relação espiritual entre Deus e o homem, que ao viver em absoluta dependência de Deus constrói uma nova práxis de relações humanas que acaba por influenciar na vida diária da sociedade e na própria concepção do homem (o que passa a coincidir com objetivos da educação).



Tal concepção pode ser verificada na teoria de Casiano Floristán, também explorado na atividade 03, “toda práxis religiosa tem como objetivo último a transformação de um determinado ser social, que por sua vez transforma a sociedade [o que nos leva a] considerar a tradição cristã como transmissão de práticas e ações. Neste sentido o Cristianismo se configura como comunidade de narração de uma práxis profética e messiânica".



Ronaldo Muñoz diz que “ a Igreja e suas comunidade hão de oferecer às pessoas o espaço e as condições de que necessitam para dizer sua própria palavra, expondo seus problemas, sua visão da vida e da convivência humana, sua fé e esperança. Hão de dar-lhes o espaço de que necessitam para criar e multiplicar seus gestos de solidariedade nas necessidades, no trabalho, gestos que devem antecipar um mundo novo, como sinais da presença do reinado de Deus que alimentam a esperança de sua plenitude futura”. Tal espaço é o espaço da prática pastoral orientado pela Teologia Prática – em redundância – , da práxis da fé.



É nesse contexto de mudança social que surge a conceituação de "fé cidadã" a qual se concretiza na esfera pública, no mundo da política e busca incentivar e possibilitar a vivência de uma espiritualidade que considere a perspectiva política e articule a experiência da fé entre o privado e o público que resulte no exercício da cidadania.



Há, portanto, a comunhão dos objetivos educacionais e da Teologia Prática, vez que para ambos há o interesse em explorar os caminhos que levem ao atendimento das necessidades humanas e sociais, porém o diferencial está na relação transcendente entre o finito e o infinito, explorado pela Teologia prática e ignorado pela educação.



Aproveitando o ponto congruente da fé cidadã e da educação – antes mesmo de se perceber sistematicamente e se consolidar esta visão de seus objetivos – a educação passou a ser parte integrante da estratégia de ampliação e implantação das doutrinas religiosas mediante a ação missionária e instalação de escolas paroquiais, exigindo da ação pastoral, em sentido amplo, uma atuação como educador e como evangelista, tendo na alfabetização o caminho para o pleno conhecimento da Bíblia.



Assim, a estratégia da ação educativa pode ser interpretada como tendo um foco ideológico de proselitismo ao ampliar o alcance do evangelho por meio da inserção de um objetivo indireto em uma congregação com objetivos educacionais e um foco direto ao possibilitar a manutenção e estimulação dos “cultos” patrocinados em torno da comunidade escolar, culminando com o estabelecimento de uma civilização cristã do Reino de Deus.


André Luiz Gomes Schröder 



A relação entre Teologia Prática e educação


Tendo por base pedagogia vista como “ciência derivada da ética e coordenada com a política” e a educação como “a direção e prosseguimento do desenvolver do indivíduo pela influência exterior”, onde manifesta ações da família, igreja, ciência e, sobretudo, da comunidade em que está inserido, podemos afirmar que a teologia prática orienta a formação e a prática pastoral para uma interpretação das necessidades da igreja que são vistas não somente pela interpretação dogmática.



Se a educação é centrada na relação do indivíduo com o exterior, podemos afirmar que há uma relação entre o indivíduo e o seu próprio destino, pois pela educação o indivíduo pode atuar sobre suas potencialidades e sobre as possibilidades da realidade de seu mundo exterior, tornando o indivíduo dono do seu próprio destino. Balizada por tal princípio, a educação tem por propósito a busca do caminho que leve ao atendimento das aspirações ou melhoria e satisfação da necessidades dos indivíduos e da sociedade.



A partir dessa visão da educação, a Teologia Prática encontra seu nicho de atuação, não com uma atuação consciente sobre o conhecimento e as relações sociais (nicho da educação), mas sobre a relação espiritual entre Deus e o homem, que ao viver em absoluta dependência de Deus constrói uma nova práxis de relações humanas que acaba por influenciar na vida diária da sociedade e na própria concepção do homem (o que passa a coincidir com objetivos da educação).



Tal concepção pode ser verificada na teoria de Casiano Floristán, também explorado na atividade 03, “toda práxis religiosa tem como objetivo último a transformação de um determinado ser social, que por sua vez transforma a sociedade [o que nos leva a] considerar a tradição cristã como transmissão de práticas e ações. Neste sentido o Cristianismo se configura como comunidade de narração de uma práxis profética e messiânica".



Ronaldo Muñoz diz que “ a Igreja e suas comunidade hão de oferecer às pessoas o espaço e as condições de que necessitam para dizer sua própria palavra, expondo seus problemas, sua visão da vida e da convivência humana, sua fé e esperança. Hão de dar-lhes o espaço de que necessitam para criar e multiplicar seus gestos de solidariedade nas necessidades, no trabalho, gestos que devem antecipar um mundo novo, como sinais da presença do reinado de Deus que alimentam a esperança de sua plenitude futura”. Tal espaço é o espaço da prática pastoral orientado pela Teologia Prática – em redundância – , da práxis da fé.



É nesse contexto de mudança social que surge a conceituação de "fé cidadã" a qual se concretiza na esfera pública, no mundo da política e busca incentivar e possibilitar a vivência de uma espiritualidade que considere a perspectiva política e articule a experiência da fé entre o privado e o público que resulte no exercício da cidadania.



Há, portanto, a comunhão dos objetivos educacionais e da Teologia Prática, vez que para ambos há o interesse em explorar os caminhos que levem ao atendimento das necessidades humanas e sociais, porém o diferencial está na relação transcendente entre o finito e o infinito, explorado pela Teologia prática e ignorado pela educação.



Aproveitando o ponto congruente da fé cidadã e da educação – antes mesmo de se perceber sistematicamente e se consolidar esta visão de seus objetivos – a educação passou a ser parte integrante da estratégia de ampliação e implantação das doutrinas religiosas mediante a ação missionária e instalação de escolas paroquiais, exigindo da ação pastoral, em sentido amplo, uma atuação como educador e como evangelista, tendo na alfabetização o caminho para o pleno conhecimento da Bíblia.



Assim, a estratégia da ação educativa pode ser interpretada como tendo um foco ideológico de proselitismo ao ampliar o alcance do evangelho por meio da inserção de um objetivo indireto em uma congregação com objetivos educacionais e um foco direto ao possibilitar a manutenção e estimulação dos “cultos” patrocinados em torno da comunidade escolar, culminando com o estabelecimento de uma civilização cristã do Reino de Deus.


André Luiz Gomes Schröder