sábado, 10 de novembro de 2012

SEREIS MINHAS TESTEMUNHAS!


Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher. Jo 4.39





Um jurista, ao ouvir a palavra testemunho, vem à sua mente o ato de depoimento, de declaração proferida por uma testemunha. Este não é um conceito errôneo. Testemunhar é verdadeiramente declarar e foi o que a mulher samaritana fez ao ouvir de Cristo que Ele era o próprio Deus. Ela creu que Cristo poderia lhe dar a vida eterna e de imediato saiu a proclamar as verdades de Deus. Ela testemunhou, ela falou de Cristo. Ela tirou seus vizinhos de suas casas e os levou ao lugar onde Jesus estava, para que eles mesmos ouvissem as palavras da salvação. Ela não se envergonhou em abrir sua boca para falar.


Quanta ousadia daquela mulher. Ela foi uma "testemunha" e suas palavras foram ouvidas e foram capazes de convencer e conduzir muitas pessoas à presença de Cristo.


Naquele tempo, dentre os líderes religiosos dos judeus destacava-se os fariseus, homens zelosos da lei, diligentes no cumprimento, divulgação e ensino dos rituais e normas legais. Eram verdadeiras testemunhas da Lei de Moisés, porém Cristo os chamou de hipócritas, pois testemunhavam pela palavra e praticavam os rituais, mas em seus corações não haviam amor a Deus, ao próximo ou mesmo à lei que eles ensinavam, pois ensinavam "não adulterarás", mas cobiçavam a mulher do próximo;  ensinavam "não matarás", mas odiavam uns aos outros e lhes desejavam a morte; ensinavam "amarás ao teu próximo como a ti mesmo", e para provar isso davam esmolas para que todos pudessem ver, mas não eram capazes de socorrer um ferido caído ao chão; ensinava "amarás ao Senhor teu Deus", mas consideravam um fardo fazer a vontade de Deus.


Os fariseus eram testemunhas, mas não praticavam suas palavras, seus ensinos.


No evento conhecido como "a grande comissão", após aparecer ao discípulos e ter uma longa conversa com eles, Cristo Jesus fez a promessa do dom do Espírito Santo e, segundo conta o historiador Lucas, ele mandou que todos fossem "testemunhas" de Cristo até os confins da terra [At. 1.8], enquanto Mateus, o apóstolo e discípulo que estava presente e conversou com Cristo, entendeu que Cisto mandou ir e fazer discípulos de todas as nações. 


Para o cristão, diferente do jurista, testemunho não é apenas uma declaração, mas é viver em conformidade. Assim, tanto Lucas como Mateus e a história da samaritana nos ensina que devemos atrair seguidores pelo testemunho, ou seja, pela prática da palavra de Deus, pois nós somos chamados para ser luz do mundo, refletindo as verdades encontradas no pacto que temos com Deus em Jesus Cristo.


A vida do cristão deve ser coerente com aquilo que ele crê e até mesmo ensina. Em 1Jo 2.6, temos que "aquele que afirma que permanece [em Cristo] deve andar como ele andou", pois nós somos a carta viva de Cristo "conhecida e lida por todos os homens" [2Co 3.2,3], e como disse Moody "de cem homens, um lerá a Bíblia [mas], 99 lerão o cristão".


Visto que os homens leem o cristão, ou seja, olham para seus atos e leem os ensinos de Cristo, o testemunho do cristão pode até mesmo ser silencioso, sem palavras, mas deve ser um verdadeiro discipulado: o ensino pelo exemplo, refletindo os ensinos de Cristo.


Portanto, faça tudo para testemunhar de Cristo e, se necessário, use as palavras.


Pr André Schröder

sábado, 3 de novembro de 2012

O FILHO AMADO FAZ A VONTADE DO PAI


Disse-lhes Jesus: A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra [Jo 4.34]. 





Jesus é o unigênito filho de Deus e Lucas, o evangelista, nos mostra que Deus anunciou que Jesus Cristo é o filho amado de Deus e aquele que agrada a Deus [Lc 3.21,22]. A Bíblia nos ensina que nós, os homens que creem  no sacrifício de Cristo, somos filhos por adoção. Se todo homem que é filho de Deus é um filho adotado, quer dizer que fomos criados longe do Pai e agora precisamos aprender as regras da casa de Deus.


Quando o filho nasce na casa do pai ele cresce e aprende seus direitos e deveres e assim o fazer a vontade do pai lhe é natural, pois ele aprendeu no dia a dia como se comportar, mas no caso de um filho que é adotado já sendo grande e que traz para a casa do pai seus vícios e costumes contrários aos costumes do pai, ele tem dois caminhos a seguir: ele pode escolher o caminho da experimentação, de agir e correr o risco de acertar ou errar, agradar ou aborrecer, ou ainda poderá escolher o caminho da imitação, ou seja, agir como o filho que agrada ao pai e assim, tendo um comportamento semelhante ao filho amado ele também agradará ao pai.


Jó, o servo que sofreu para provar sua fidelidade a Deus, procurou aprender de Deus para lhe agradar e disse que  dava mais valor às palavras da boca de Deus do que ao seu pão de cada dia [Jó 23.12]. Este é um exemplo de dedicação, reconhecimento  e valorização daquele que o amou e lhe tomou como filho.


Jesus, quando esteve entre nós, os filhos por adoção, ensinou-nos verdades preciosas sobre o relacionamento com Deus e também deu prova do amor ao mandamento a Deus e do zelo e cuidado para com o agir segundo a vontade Deus. No texto que ressaltamos acima, assim como Jó deu valor inestimável à palavra de Deus, Jesus também considerou que o fazer a vontade e a obra ou missão recebida de Deus é tão satisfatório que excede à vontade ou necessidade de comida.


Após esse ensinamento que valoriza o fazer a vontade de Deus e valoriza também o cumprimento da missão concernente ao reino de Deus, Jesus mandou que os discípulos olhassem para mundo a fim de perceber o quanto e como poderiam servir como instrumentos de Deus para a salvação do homem e assim cumprir a vontade de Deus que é "todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna" [Jo 6.40]. Assim, nossa missão é apresentar Cristo ao mundo e ao receber uma missão no Corpo de Cristo que é a igreja, a qual tem a missão maior de estabelecer o Reino de Deus na terra, devemos ouvir as palavras do sábio rei Salomão o qual nos ensina que tudo quanto vier às mãos para fazer, teremos que fazer com todas as nossas forças, visto que a oportunidade para fazer é aqui, pois no além, após a morte, não se poder fazer mais nada neste mundo material [Ec 9.10].


Assim, façamos a obra de Deus com total dedicação, pois Deus se agrada daqueles que o amam e dão prova disso.


Pr André Luiz Gomes Schroder

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O BATISMO SALVA?

Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado [Mac 16.16]

O evangelho pregado por Jesus e seu apóstolos apontam que a fé é a chave para a salvação. Não há nada mais que seja requerido para salvar o mais cruel e indigno dos pecadores, que a fé, pois do pecador não é requerida nenhuma penitência, prova de santidade ou inexistência da prática de pecado até a morte, passagem pelo purgatório ou mesmo o batismo.
Para ser salvo basta ter fé. Mas fé em que, em que grau, e como saberei se minha fé é genuína e se serei salvo pela fé? Jesus respondeu a todas estas perguntas pois elas também intrigavam aos discípulos. Conversando com Nicodemos Ele ensinou que é preciso crer no amor de Deus e no sacrifício de Cristo Jesus [Jo 3.16,36], ou seja, para ser salvo eu devo crer que Deus me ama e que Ele mandou Jesus morrer em uma cruz em meu lugar, para pagar os pecados que eu cometi. Para habitar com Cristo nos céus eu preciso crer nesse amor sacrificial e todo aquele que crê em Cristo recebe o Espírito Santo da Promessa como um selo, o qual testifica que aquele em quem Ele habita é um filho de Deus que pratica as mesmas obras de Cristo [Jo 14.11-24; At 2.38;  Rom 8.14,15].
Se eu devo ter fé, qual o tamanho dessa fé? Cristo disse que se alguém tiver fé do tamanho de um grão de mostarda poderá dizer para um monte mudar de lugar e ele mudará, acrescenta ainda que nada será impossível para aquele que tiver fé [Mat 17.20]. Ele comparou a necessidade de fé com um grão de mostarda que em Marcos 4.31, é chamado de "...a menor de todas as sementes sobre a terra". Cristo pegou o exemplo do menor grão para mostrar o tamanho da fé que precisamos ter para fazer grandes coisas, e alcançar a a salvação é algo extraordinário, um grande feito. Com esse exemplo Cristo nos ensina que não devemos nos preocupar com o tamanho da fé, mas sim com a qualidade da fé. É preciso que tenhamos fé que produza frutos ou grãos, pois é preciso frutificar. O fruto é a prova da natureza da árvore, pois é pelo fruto que se conhece a árvore [Mat 7.15-23].
Qual é o fruto da fé que salva? O fruto da fé que salva é a obediência à palavra de Deus. Jesus disse que "todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão" [Mat 12.50], ou seja, é filho de Deus e está salvo, destinado a habitar nos céus, pois Ele acrescenta que "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu pai que está nos céus [Mat 7.21].
Assim sendo, não é preciso medir a fé, mas é preciso ter uma fé capaz de frutificar pela obediência à palavra de Deus e o primeiro mandamento que se deve cumprir é reconhecer a soberania e o amor de Deus, bem como reconhecer a obediência, o sacrifício e o amor de Cristo Jesus. Ao ser produzido este fruto da fé, imediatamente outro fruto será produzido, o fruto do reconhecimento da condição de transgressor da lei de Deus e de arrependimento dos pecados praticados. 
Veja que inicialmente a fé produz apenas sentimentos e não é exteriorizada, mas é suficiente para garantir a salvação do homem. Porém, se esse sentimento é real, verdadeiro, genuíno e sincero é preciso continuar produzindo frutos para que seja testemunhada a "natureza da árvore". É preciso que a fé possa fluir e conduzir à prática de obras guiadas pelo Espírito Santo, o que caracteriza o verdadeiro filho de Deus, pois se torna uma árvore que produz o fruto do Espírito e pelo fruto se conhece a árvore.
Quando estamos tomados pela ira, nossas ações são próprias de um iracundo, bem como se somos tomados pelo afeto, amor e carinho, nossas ações revelam amor. Portanto se nosso coração está tomado de fé em Deus, como Cristo nos ensinou, nossas ações devem ser de obediência a Deus e uma das primeiras ordenanças de Deus que o cristão deve atender é a ordenança do batismo, porque é com o batismo que o filho de Deus de Deus anuncia: Eu reconheço a soberania de Deus, reconheço que Cristo pagou pelos meus pecados, creio que já estou salvo e habitarei com a Igreja de Cristo nos Céus.
Portanto, o batismo não salva, mas o batismo é o fruto que testifica da fé que habita no coração do homem que se tornou filho de Deus e não apenas criatura.
Pr Andre Luiz Gomes Schroder

sábado, 13 de outubro de 2012

UMA CONVERSA COM AS CRIANÇAS

(Para ler com seus filhos)


"Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o reino de Deus." Marcos 10:14



Certo dia Jesus estava ensinando ao povo sobre Deus e, de repente, algumas crianças começaram a se aproximar de dele. As crianças ouviram Jesus ensinar e gostaram do seu jeito, da sua palavra, daí logo se aproximaram e  quiseram subir em seu colo, conversar com ele e também queriam que ele falasse sobre Deus para elas.
Ao perceberem que as crianças estavam chamando a atenção de Jesus e que Jesus estava deixando de falar com a multidão de adultos para falar com as crianças, os discípulos quiseram tirar todos aqueles meninos dali para que o mestre não parasse de ensinar aos adultos, pois era importante eles aprenderem de Deus, afinal depois os adultos poderiam ensinar às crianças, em casa. Certamente os discípulos pensaram que as crianças queriam somente atrapalhar Jesus, mas quando Jesus viu o que os discípulos estavam fazendo, ficou aborrecido e não concordou com os discípulos [Marcos 10.14], pois sabia que as crianças querem e precisam aprender sobre Deus, e então  mandou que deixassem aquelas crianças se aproximarem, pois elas também precisavam aprender de Deus.
Jesus ensinou que não importa a idade, todos precisam aprender de Deus, pois Ele é quem dá nosso alimento, saúde, roupa e um dia após o outro para crescermos e ficarmos fortes. Ele nos dá também novos amigos, disposição para brincar e também sabedoria para aprender novas coisas, inclusive sobre o criador de todas as coisas e que ama o homem de modo  especial.
Ainda hoje Jesus quer falar com as crianças para ensinar a vontade de Deus. Ele ensinou e convenceu muitas pessoas para que escrevessem a Bíblia e é nela que estão os ensinamentos de Jesus para nós. Nós devemos ler a Bíblia para aprendermos de Deus e de Jesus e assim entendermos como Ele nos ama.
Feliz dia das crianças, e se você quiser ter uma vida inteira feliz, a cada dia aprenda um pouco sobre Jesus! 
Pr André Luiz Gomes Schroder

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMA FESTA DIGNA DA PRESENÇA DO FILHO DE DEUS.

[...] houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus. 
Jesus também foi convidado [Jo 2.1,2]

Concluímos nosso estudo do capítulo I de João, realizado durante cinco encontros, agora, no capítulo 2  deparamo-nos com um relato histórico que para muitos não passa de uma narrativa sobre a vida de Cristo, mas não devemos esquecer que  "toda Escritura é divinamente inspirada é apta para ensinar" [2Tm 3.16] e este é um dogma que o Cristão deve cultivar a cada vez que lê uma passagem bíblica, e o relato do casamento em Caná da Galileia não é diferente, assim, além do fato histórico devemos olhar para o simbolismo pedagógico presente nessa atividade social do nosso Salvador.
Os evangelhos apresentam o ministério de Cristo com seus discípulos, porém o evangelista  João foi inspirado a descrever a participação de Cristo e sua família, mãe e irmãos, em uma festa de casamento que provavelmente foi celebrada por um parente próximo – conclusão esta decorrente da participação e iniciativa de Maria na organização da festa.
Quando Deus instituiu o casamento no ato da criação do homem e da mulher, a família foi posta em evidência para cumprir um propósito singular na vida do homem, pois para preservar a família é necessário estabelecer o amor  entre seus membros pois do amor decorre o respeito e auxílio mútuo,  os quais são a base da união e preservação da família.
A presença de Jesus em um casamento inaugurando seu ministério e dando início à glorificação de Deus pelos milagres, mostra-nos a importância do casamento e da família para o cristianismo, assim como Deus instruiu o homem e a mulher para que se unissem constituindo uma só carne [Gn 2.24], ao iniciar seu ministério em uma celebração de casamento Cristo mostrou que deseja a preservação e valorização da família, para que ela possa cumprir seu propósito.
A participação de Cristo em uma festa familiar nos ensina que é necessário que os cristãos vivam em família. Cristo não participou de uma festa qualquer. Não era uma festa pagã, era uma festa judaica onde estava reunida a família dos noivos. Na festa familiar não há lugar para a depravação moral, pois esta depõe contra a família. Não há lugar para as drogas, pois elas destroem a família. Não há lugar para a embriaguez, pois ela faz do homem um insensato,  violento, incontrolado e errante no juízo [Prov. 20.1; Is 28.7], provocando brigas e desavenças, desunindo e aniquilando a família. Em uma festa familiar é imprescindível que haja preservação da moral e o respeito mútuo entre as pessoas.
O ato de participar em uma festa não deve servir de justificativa para o cristão participar de qualquer tipo de festa que haja a degradação moral, mas deve servir de instrução para participar de festas em família, onde é celebrada a união e a honra, permitindo assim a participação do Rei dos Reis. Portanto, não devemos dizer que se Cristo foi a uma festa, posso ir a qualquer festa, pois é tudo igual, mas a minha afirmação ou pergunta deve ser: A festa que eu vou tem lugar para Cristo? Posso convidar Cristo para ir comigo à festa?
Que a palavra de Deus nos habilite para toda boa obra [2Tm 3.17].
Pr André Luiz Gomes Schröder

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

UM HOMEM CHAMADO “DEUS ENVIOU GRAÇA”


Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João  [Jo 1.6]

É extraordinário o modo como o evangelista João apresenta a glória de Jesus Cristo, o qual é o próprio Deus eterno, o criador de todas as coisas, fonte de luz e vida, ao passo em que sobre João Batista ele diz apenas que "houve um homem enviado por Deus cujo nome era João".
João, pelo seu próprio nome anunciou que "Deus enviou sua Graça" ou mesmo que "Deus é gracioso". Conforme narrou João, o evangelista, o ministério do Batista, esse homem que anunciou a graça de Deus, foi servir de "testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele". 
O ministério de "testemunha" fez João Batista chamar a atenção das pessoas para o Cristo, aquele que é a verdadeira luz, o sol da justiça que ilumina os homens com a justiça de Deus, pois ambos os joãos reconheceram a grandiosidade do Filho de Deus, o qual é eterno, transcende ao tempo e espaço, enquanto o João é terreno, humano, limitado ao tempo e ao espaço. Entretanto, João humano, limitado, frágil, que morreu subjugado pela vontade de uma mulher que pediu sua cabeça em uma bandeja, recebeu o a importante missão de "testemunhar" a respeito de Cristo e cumpriu-a com dedicação e retidão, ao ponto de Cristo dizer que "dentre os homens nascidos de mulher, ninguém é maior do que João".
A terminologia própria de um tribunal, empregada pelo evangelista, aponta que a missão de Cristo somente teve crédito porque alguém, digno de crédito, testemunhou a respeito da missão do Messias. No direito judaico e no direito romano, do qual decorre o direito brasileiro, o papel da testemunha é de suma importância, pois ela dá crédito à palavra daquele que está sendo julgado ou mesmo tira-lhe toda a confiança e honradez, atribuindo-lhe a pecha de falsário ou mentiroso.
Deus enviou à frente de Cristo um homem para que desse testemunho a respeito de sua missão e da chegada do Reino dos Céus. Após cumprir seu propósito de manifestar a glória de Deus e provar que Deus enviou sua graça para alcançar o homem, Cristo Jesus deu uma promessa e uma ordem aos seus discípulos: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas".
O verdadeiro discípulo de Cristo é uma testemunha que proclama a verdade de Deus, anunciando que Cristo é o único salvador e é a luz do mundo. Lucas mostra que Pedro e Paulo foram testemunhas [Atos 2.40; 20.21] que certificaram sobre a verdade de Deus e por isso levaram muitos a crerem na salvação oferecida por Deus.
É bem verdade que é o Espírito Santo que convence o homem do "pecado, da justiça e do juízo de Deus", porém nós, os simples mortais e pecadores, temos a missão e o ministério de "testemunhas" da obra de Cristo, para que por intermédio desse testemunho os homens creiam que Cristo Jesus é o Deus encarnado que habitou entre nós, foi morto e ressuscitou para a Glória do poder de Deus e por sua morte Ele pode nos dar a salvação de nossas almas. 
Cumpra seu ministério como testemunhas de Cristo e seja você também um joão que anuncia que "Deus enviou Graça" ao homem perdido.
Pr André Luiz Gomes Schröder

domingo, 2 de setembro de 2012

DEUS SE FEZ CONHECER AOS HOMENS!

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade;
e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.  [Jo 1.1,14]

Quando buscamos entender o que o Apóstolo João quis dizer ao declarar que "no princípio era o Verbo", não podemos limitar nosso entendimento ao conceito de que Cristo estava com Deus na fundação do mundo.
O ensinamento de João é mais profundo que a ideia de presença ou existência no momento da criação. Para o judeu, o "verbo" significava mais que uma "palavra", "pensamento" ou "conceito". O "verbo" é a expressão da ação criadora de Deus ou a expressão de revelação de Deus, por meio da sua palavra que rege o mundo e também faz conhecer a vontade de Deus ao homem. Por isso, o "Verbo", para João, é o próprio Deus em ação e em revelação ao homem.
Deus criou o mundo pela "palavra". A ordem de Deus foi suficiente para fazer existir as coisas e também dominar a natureza, pois, a exemplo, Ele disse "haja luz, e houve luz", disse "haja separação entre águas e águas [… e houve] separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento" [Gen 1.3-7]. Pela mesma palavra Deus também se revelou a Abraão e disse "Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito", assim como Ele transmitiu os mandamentos  a seu povo e lhes ensinou que Ele se alegra com a justiça, a misericórdia, com a compaixão e com o amor.
Quando João diz que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" [Jo 1.14], ele revela que Cristo Jesus personificou a "Palavra de Deus"  sendo então o próprio Deus em ação" para instruir e salvar o homem.
A vida de Cristo não foi apenas dedicada à palavra, ao ensino da vontade Deus para a vida do homem, incluindo como Deus quer congregar seus filhos, as novas criaturas, mas a vida de Cristo foi dedicada ao resgate, com o próprio sangue, daqueles que reconhecem seus pecados e clamam pela compaixão de Cristo, assim como Ele se dedicou a deixar o exemplo  de amor e obediência ao Pai, para que o homem seja santo, separado para Deus, assim como foi ordenado a Abraão. Assim sendo, a vida de Cristo verdadeiramente constituiu a palavra de Deus em ação para dar vida espiritual ao homem, pela vontade de Deus e não do homem, e por isso João testemunha que "a todos quantos o receberam, deus-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus", nascidos pela fé e pela vontade Deus [Jo 12,13].
Em Cristo Jesus Deus agiu em meu e em seu favor e a sua palavra, que nos dá vida em Deus, é luz para que possamos crer e andar nos seus caminhos [Jo 1.7-9; Sal 119.105].
Portanto, Deus nos deu a graça do seu conhecimento pela revelação da sua palavra para a nossa salvação, pelo que devemos andar segundo a palavra da verdade que nos dá vida, Logo, "conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, como a alva, [pois] a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva" [Os. 6.3]. Aleluia!
Pr André Luiz Gomes Schröder

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

CANTAI AO SENHOR UM CÂNTICO NOVO!

Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; 
proclamai a sua salvação, dia após dia. 
[Sal 96.2]

Para o judeu o Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo de Salomão, era o símbolo máximo – visível – da  presença invisível de Deus no meio do povo, por isso, onde quer que estivesse o judeu deveria orar voltado para o Templo, pois considerava-se que aquele era o local exclusivo da morada de Deus, de sacrifício, oferendas, de comunicação com Jeová e de adoração com instrumentos de cordas, de sopro e percussão. 
Após a destruição babilônica do Templo em 587 a.C., seguida do cativeiro e dispersão dos judeus, houve necessidade de criar um local de reunião religiosa dos judeus, chamado de Sinagoga, porém houve a preservação do simbolismo do Templo, mantendo a doutrina salomônica, até a reconstrução do novo Templo, conforme se vê nos atos praticados nos primórdios da Era Cristã,  nos eventos da história de Jesus, tais como o anuncio do nascimento de João Batista, apresentação de Jesus no Templo, purificação do Templo, profecia de Jesus quando entra em Jerusalém e a grande migração nos dias de festas nacionais para as comemorações no Templo.  Tudo revela o zelo especial que Cristo e os judeus tinham pelo Templo e sua liturgia. 
 A sinagoga era o local de reunião – comunhão – julgamento das questões éticas-religiosas e, principalmente, sua função central, a leitura das "Leis e dos Profetas", seguido pelo doutrinamento pelos ensinos rabínicos e pela adoração mediante cânticos de salmos, porém não era um lugar sacrificial, pois os sacrifícios judaicos continuavam centrados no Templo, após sua reconstrução.
Nas sinagogas havia um sentimento de presença especial de Deus, porém somente no Templo havia o "santo dos santos" onde se guardava as Tábuas da Lei, mas na sinagoga havia um lugar especial para o "Livro das Leis e dos Profetas. A sinagoga não substituía o Templo, mas era um espaço próximo do povo onde o acesso era democratizado e produzia uma esfera de comunhão aquecida pelo cântico dos salmos, entoados pelo pequeno grupo que se reunia (em média 25 pessoas). É esse lugar que serviu de inspiração para os locais de reunião dos cristãos que muitas vezes se reuniram nas sinagogas.
Voltamos a repetir que na Sinagoga se praticava a leitura da Lei e a "adoração", mas vale ressaltar que após a destruição do Templo em Jerusalém os rabinos baniram o uso de instrumentos na sinagoga, como uma expressão de lamento e contrição pela destruição do Templo. 
Em I Cor 14.7, Paulo considera os instrumentos musicais como "coisas inanimadas" e em Efésios 5:19,20 incentiva a adoração na forma de "salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em no me de nosso Senhor Jesus Cristo". Daí se interpreta que a música é a exteriorização dos sentimentos do adorador e deve haver o firme propósito em "adorar", pelo que se evidenciava a participação pessoal e não dos instrumentos inanimados.
Hoje é comum encontrar cristãos que substituem seu envolvimento pessoal com a adoração pela participação exclusiva da "equipe de louvor", omitindo-se da expressão de louvor e apenas ouvindo aos outros. Há também casos de apresentação de um "show" instrumental que duram vários minutos em um volume ensurdecedor. Assim, a igreja se afasta de um dos objetivos da criação do homem: o louvor da glória de Deus. Não se deve banir os instrumentos musicais e o grupo que dirige o louvor, mas sim torná-los harmônicos com a participação de verdadeiros adoradores, que adorem em espírito e verdade, tendo da certeza de que Cristo Jesus se faz presente em sua Igreja, conforme sua promessa.
Não poderíamos deixar de falar no outro objetivo da sinagoga: "leitura da Lei". A igreja não deve olvidar a leitura da "palavra de Deus", ou patrocinar uma leitura de desencargo de consciência, lendo uma "rápida passagem" com uma meditação na mesma proporção. Assim agindo, a igreja se transforma em "creches espirituais" de eternas crianças espirituais.
Estes objetivos devem ser preservados, pois são essências da "igreja", portanto, cantemos, de todo coração e alma, um cântico novo ao Senhor!
Pr André Luiz Gomes Schröder

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

O CAMINHAR PELA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ




Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz.[Ef. 6.15]




Se você consultar um comentário bíblico para melhor compreender o versículo em referência, provavelmente irá encontrar uma explicação voltada para a necessidade de se equipar “com o evangelho da paz como sandálias, sugerindo que seus movimentos são guiados pela necessidade do testemunho do evangelho” [Comentário bíblico NVI, p. 1998], “a fim de propagar as boas-novas de Cristo que trazem paz suprema ao mundo” [Comentário bíblico africano, p. 1473], pois usualmente os comentarista faz a “relação deste evangelho com os pés, [o que] pode parecer estranha, mas esta ilustração se encontra em Is 52.7 e Is 10.15”, conforme ensina F.F. Bruce [O novo comentário da Bíblia, p. 2136], de modo que esta é a interpretação majoritária e predominante, que o cristão deve estar preparado para ir e pregar o evangelho da paz.


Quando olhamos o início da seção em que Paulo faz o chamamento para nos revestirmos com a armadura de Deus, ele justifica dizendo que é para que possamos “estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” [Ef. 6.10] e para que possamos “resistir no dia mal, e, havendo feito tudo, ficar firmes” [v. 13]. Parece-nos que o objetivo principal da armadura cristã é resistir às ciladas do diabo, para que o Cristão seja vitorioso em Cristo Jesus.


Quero lhe propor um olhar diferente da maioria dos teólogos quanto à preparação adequada dos pés. Quando olhamos para o texto grego, ao aconselhar a “preparação” com o evangelho, o apóstolo Paulo diz hetoimasia, que faz referência não só ao “ato de preparar”, mas também à “condição de uma pessoa ou coisa de estar pronta ou preparada”. Assim sendo, a preparação com o evangelho da paz, recomendada por Paulo, equivale a estar pronto ou preparado com [ou pelo] evangelho da paz.


Cristo Jesus, ao concluir o Sermão do Monte, disse que quem ouve e pratica as suas palavras [Mat. 7.24], as palavras do evangelho que reconcilia o homem com Deus [Rm 5.9-11], é considerado um homem prudente e capaz de resistir às intempéries espirituais ou as ciladas do diabo, pois está firme na rocha pela experimentação, pelo viver diário na presença de Cristo, e já confirmou sua condição de filho de Deus, por isso não é levado por ventos de doutrina, não se assusta  ou se ressente com as provações, pois confia em quem ele crê e conhece o amor de Cristo e pode sentir o consolo do Espírito Santo da promessa.


Cristo apontou que o cristão vencedor, que resiste no dia mal, é o cristão que ouve e pratica o evangelho que reconcilia o homem com Deus dando-lhe a paz, portanto, calçar os pés com a preparação do evangelho da paz, não é somente conhecer sua mensagem, assim como não é somente anunciar o evangelho, mas assevero que calçar os pés com a preparação do evangelho da paz é andar diariamente praticando-o. É viver, conforme Paulo disse aos filipenses: “vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo” [1.27]. 


A preparação do evangelho da paz deve resultar em prontidão e preparo para resistir às ciladas do diabo. Prontidão pelo conhecimento e domínio do evangelho para não ser enganado pelas artimanhas e falácias do maligno e preparo pela prática diária dos ensinos do mestre Jesus, pois darão comunhão com Deus, resultando em fidelidade a Ele.


Pr André Luiz Gomes Schröder

sábado, 11 de agosto de 2012

ALCANÇANDO A PRONTIDÃO PELA ORAÇÃO












Façam tudo isso orando a Deus e pedindo a ajuda dele. Orem sempre, guiados pelo Espírito de Deus. Fiquem alertas. Não desanimem e orem sempre por todo o povo de Deus. [Ef 6.18 – NTLH]













Paulo, na Carta aos Efésios 6.10-17, instrui os cristãos a tornarem-se "cada vez mais fortes, vivendo unidos com o Senhor e recebendo a força do seu grande poder", tomando para si e fazendo uso de toda a armadura de Deus, a fim de resistir contra todas as ciladas do Diabo e, no dia mau ou no dia do mais forte ataque do nosso opositor, permanecer firme e inabalável. 


Após a maravilhosa revelação do plano de guerra paulino, o qual conta com as armas disponibilizadas por Deus, o apóstolo Paulo entrega a segunda parte do seu manual de instruções e revela seu plano de uso em conformidade com o cristianismo.


O alerta de Paulo nos faz pensar sobre sua inspiração, a luta romana. Um exército que esteja com todas as suas armas e equipamentos jamais estará pronto para guerra se não estiver habilitado, em constante treinamento e vigilante, de prontidão, pronto para entrar em combate na hora do ataque.


A luta, o combate do cristão é um combate defensivo, no qual ele deve estar atento e alerta para não cair nas ciladas e artimanhas do Diabo, o que exige preparo e prontidão, porém tal combate não é somente defensivo, mas também requer ataque, pois Cristo espera que as portas do inferno não prevaleçam, não subsistam diante do avanço da Igreja do Senhor Jesus Cristo e por isso Ele mostrou para os discípulos que para enfrentar uma casta de espíritos é necessário oração e jejum [Mat 17.21 Mas esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração e pelo jejum].


Sabemos que nosso inimigo é audaz, astuto e poderoso e por isso devemos nos preparar para enfrentá-lo, bem como devemos permanecer alertas para que ninguém seja pego despreparado e assim não haja surpresas, vindo a sucumbir. Por esta razão, Paulo nos ensina que devemos a armadura do cristão deve ser acompanhada de treinamento na presença de Deus, auxiliado e guiado a todo tempo pelo Espírito. O nível de treinamento e prontidão deve ser alto e é revelado pela oração [Marcos 14:38  Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca]. 


Assim como o atleta se prepara para a competição e alcança a boa forma pelo treinamento, o cristão se prepara para a guerra espiritual com a oração sem a qual não há condicionamento, não há vigília, não há preparo e não há guerra, pois houve deserção das fileiras do exército do Senhor Jesus Cristo.


Orai sem cessar [1 Tes 5.17].


Pr André Luiz Gomes Schröder

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CEIA DO SENHOR

Um ritual de tristeza ou alegria? 

Quando o Senhor Jesus Cristo nos ensinou a celebrar a Ceia do Senhor, estabeleceu um rito memorial que apontou para sua morte, porém o fez dando graças a Deus, pois a vontade de Deus foi manifesta. Ele rendeu graças mesmo sabendo que seu desejo humano era de não enfrentar o calvário, que não poderia contar com a ajuda de seus amigos e que enfrentaria sozinho o sofrimento, o desprezo, a agonia física e moral e a morte. Em meio a tanto sofrimento que se aproximava, Cristo Jesus encontrou razão para dar graças.
Aos olhos humanos não encontramos motivos para Jesus dar graças a Deus, pois à sua frente estava o terror e a morte, porém pelos olhos do Espírito Santo de Deus é que podemos entender a atitude de Jesus, pois a vontade de Deus estava sendo cumprida, pois Deus colocou em sua conta os pecados de todos aqueles que se voltassem para Deus, e era necessário que Cristo pagasse um preço muito alto por esses pecados. Cristo pagou os nossos pecados com seu o sangue. Ele amou mais a soberania do Pai Eterno do que a sua própria vida.
Não havia motivos para Cristo gloriar-se no sofrimento, mas havia motivos para Cristo gloriar-se no cumprimento da vontade de Deus. É por isso que o sofrimento de Cristo não foi deprimente mas deu lugar ao louvor, à ação de graças, pois ele tinha em vista a soberania de Deus, o resgate de muitos e sobretudo o amor de Deus pelos homens.
Deus quer que possamos render-lhe graças [ Ts 5:18 "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco"], porém muitos cristãos não encontram motivos para reder graças a Deus, pois seus olhos estão fixos nas tribulações deste mundo e amam mais suas vidas do que a vontade do Pai.
O fato de Cristo Jesus ter morrido em uma cruz, dando-nos vida eterna em razão do resgate pela substituição que ele fez em nosso lugar, é suficiente para nós rendermos graças ao nosso Deus. Isso é suficiente para que o culto em que celebramos a Ceia do Senhor seja um culto de louvor e gratidão a Deus. Porém, devemos olhar para as nossas vidas e, como o salmista Asafe, no Sal 77.11, nos  lembrarmos dos grandes feitos e milagres já realizados por Deus para que, continuamente, possamos render graças ao Senhor.
Alegremo-nos hoje! Ainda que haja aflição em nossos corações, alegremo-nos no Senhor, pois Ele tem feito maravilhas e seu amor é grande para conosco, pois "Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores" [Rom 5.8],  e ele é digno de honra e louvor.
Louvai ao Senhor!

Pr André Luiz Gomes Schröder

domingo, 29 de julho de 2012

AMIGOS ANDAM PELO MESMO CAMINHO

Ao longo de nossa vida desenvolvemos diversos tipos de relacionamentos, sendo que alguns são mais significativos que outros, por isso, há aqueles que são amigos  casuais, os quais cumprimentamos pelo nome e chamamos de colegas, outros são mais chegados, temos interesses em comum, até mesmo pedimos suas opiniões e chamamos de amigos. Há ainda aqueles que nascem nos momentos de angústia, dos quais buscamos consolo, valorizamos suas opiniões, andamos pelos seus conselhos  e a esse chamamos até mesmo de irmãos [Prov 17.17], pois eles estão dispostos a nos ajudar nas adversidades assim como estão dispostos a manter a amizade mesmo que tenham sido magoados, o que lhes dá liberdade criticar e corrigir, assim como ensinar, encorajar e dar ânimo.

Deus nos ensina a amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e assim fazendo estaremos cumprindo toda a lei de Deus [Gálatas 5:14]. O amor ao próximo nos leva às amizades mais sinceras e gratificantes que podemos cultivar e o sábio Salomão nos ensinou que “o homem que tem amigos deve mostrar-se amigável” [Prov. 18.24]. Mostrar-se amigável é mostrar-se disposto a cultivar a amizade.


O grau de influência entre os amigos é grande, portanto, os caminhos que nossos amigos trilham devem ser, verdadeiramente, os caminhos que almejamos trilhar, pois a Bíblia diz que “todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos” [Prov. 21.2], porém somos advertidos para que não tenhamos inveja dos pecadores, daqueles que praticam a injustiça, mas que possamos almejar trilhar os caminhos estabelecidos por Deus [Prov. 23.17], pois nisto está a sabedoria.


Se os amigos são aqueles que caminham ao nosso lado, possuem os mesmos objetivos, compartilham os mesmos sentimentos, então as amizades que nos conduzem pelo bom caminho devem ser reavivadas constantemente. As arestas devem ser aparadas e o gozo e a alegria do companheirismo deve ser restaurado, pois amigo é aquele que estende a mão ao seu companheiro, e diz: Esforça-te [Isaías 41.6].


Amigos, andemos juntos em busca justiça, do juízo, da graça e do amor de Deus.



Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus
mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para
inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por
entendimento, e por inteligência alçares a tua voz, Se como a prata a
buscares e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o
temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a
sabedoria: da sua boca vem o conhecimento e o entendimento. Ele reserva a
verdadeira sabedoria para os retos: escudo é para os que caminham na
sinceridade. Para que guarde as veredas do juízo: e conserve o caminho
dos seus santos. Então entenderás justiça, e juízo, e equidades, e todas
as boas veredas. Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o
conhecimento será suave à tua alma. [Provérbios 2.1-10]






Pr André Luiz Gomes Schröder

quinta-feira, 19 de julho de 2012

VOCÊ É MEU CONVIDADO ESPECIAL




A JUSTIÇA DE CRISTO ME DESOBRIGA DAS OBRAS DE JUSTIÇA?



Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, 
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
 [...]  Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras 
sejam manifestas, porque são feitas em Deus.[Jo 3:16, 21]

Conforme registrou o apóstolo João, Deus "deu o seu Filho" e o resultado foi a morte de Cristo em uma cruz, em substituição a todo aquele que crê. Para haver essa substituição, cada pecado praticado pelos homens foi imputado a Cristo. 
Imputar algo a uma pessoa significa atribuir esse algo a ela. A Bíblia faz referência a casos em que Deus "imputa pecado" a alguém, o que significa que Deus considera o tal como pecador e em consequência, culpável e merecedor de castigo.  Quando os teólogos dizem que nossos pecados foram imputados a Cristo, querem dizer que os pecados dos homens foram atribuídos a Cristo, sendo ele agora o devedor. Logo, Deus deu seu filho para ser culpado em nosso lugar, daí, é ele quem deve pagá-los. Ao mesmo tempo, quando a bíblia diz que foi "imputada justiça" a uma pessoa, o significado é que Deus considera judicialmente tal pessoa como justa e merecedora de todas as recompensas a que tem direito a pessoa justa (Rm 4.6-1 1).
A imputação de "justo" aos homens, somente é possível quando ele crê que Cristo  sofreu e morreu na cruz (1 Pedro 2.24; 2 Coríntios 5.21). Cristo foi feito legalmente responsável pelos pecados de todos que creem que o castigo que ele sofreu e a sua morte, corresponderam ao castigo que eu mereço pelos meus pecados. O sacrifício de Cristo pagou a minha "pena de morte" que recebi em condenação pelos pecados que pratiquei, logo, já não há mais condenação a ser paga e assim já sou justificado perante Deus. Aleluia!
Por ter morrido em meu lugar, Cristo não deixou de ser santo. A imputação dos pecados não fez de Cristo um pecador. Seu caráter não foi afetado. Sua vida continuou imaculada e ele foi apresentado a Deus em santidade e irrepreensível e somente assim o pagamento foi aceito e ao pecador que nele crê foi imputado justiça.
Ocorre que assim como a imputação de pecado não mudou a natureza de Cristo, o qual permaneceu santo, a imputação de justiça também não muda a natureza do homem, o qual permanece pecador neste mundo. A mudança é na situação jurídica e não na natureza. É por isso que Paulo nos diz que a vontade de Deus é ver a nossa santificação deixando de lado todo pecado [1Ts 4.3], pelo que nos chama para que  "purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus [2 Co 7:1].
Agora, portanto, se estou justificado perante Deus, devo andar dignamente daquele que me redimiu e me chamou para a vida eterna, assim como devo ter o cuidado de não confundir a justiça imputada (a qual recebemos pela fé e que é a única base de justificação) com os atos pessoais de justiça (santidade), realizados como resultado da obra do Espírito Santo em meu coração, pois minha salvação é pela graça e não pelas obras, mas sou constrangido, pelo sacrifício de Cristo, a andar sempre na luz, praticando obras de justiça segundo a verdade das palavras de Cristo e dos caminhos reparados para os filhos de Deus em Cristo Jesus, para que sejam testemunhas do amor de Deus.
Pr André Luiz Gomes Schroder

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O PRÍNCIPE DESTE MUNDO DEVE SER EXPULSO. COMO?


[Disse Jesus]:

Pai, glorifica o teu nome. Então veio uma voz do céu que dizia: 


Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei [...]

Respondeu Jesus, e disse: [...]  


Agora é o juízo deste mundo: agora será expulso o príncipe deste mundo.


[Jo 12.27-31]






Ao se aproximar da hora em que Cristo seria crucificado e falando a  seus discípulos, ele se mostrou preocupado com aquele grupo de crentes ainda fracos, por não terem certeza quanto às coisas futuras, e em suas palavras de encorajamento Cristo lhes prometeu a sua paz e disse que ela não é como a paz oferecida pelo mundo [Jo.14.27].




Não podemos olhar essa promessa sem ver seu contexto, pois no versículo imediatamente anterior ao 27 nos fala do Espírito Santo que seria enviado [v.26], o qual tem a função de instruir e também de consolar os cristãos. 




Ligando uma promessa à outra, entendemos que a paz de Cristo está no consolo do Espírito Santo. Ele é quem faz morada nos filhos de Deus e também se põe de pé, ao lado do cristão, para auxiliá-lo e confortá-lo, dar-lhe paz.




Voltando ao texto, percebemos que os versículos 23 a 25 nos fala em que condições Deus faz morada em um ser humano fraco e pecador. Categoricamente Cristo disse que "se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada". 




[Aleluia! O alto, sublime e eterno Deus habita na pequena e frágil criatura que guarda as suas palavras! Maranata! Ò Deus, faça a sua vontade em minha vida! Guia-me pelas veredas da justiça e que eu seja uma testemunha viva das suas promessas].




Percebemos então que é o amor a Deus que faz o coração do homem se abrir para que o Espírito de Deus habite nele, e também é esse amor que nos transporta do reino das trevas para o reino da luz, tornando o caminho do reino do céus e o caminho do "príncipe deste mundo" antagônicos e sem qualquer conciliação.




O amor a Deus, motivado pelo reconhecimento do sacrifício de Cristo, nos faz afastar das ilusões do príncipe deste mundo, que é Satanás, pois quando somos atraídos pelo amor de Deus, reconhecemos que é necessário expulsar de nossas vidas o "príncipe deste mundo", afinal, ele nada tem a ver com o reino de Deus, conforme Cristo declarou [Jo.14.30]. Nestas palavras encontramos uma expressão idiomática judaica que expressa que Satanás não pode controlar Jesus, não pode exigir coisa alguma, pois ele não pode acusá-lo de qualquer falta.




O apóstolo Paulo nos adverte para não dar lugar ao Diabo [Ef. 4.27] e também não entristecer o Espírito Santo de Deus que habita em nós [v.30] , para tanto, devemos fugir do engano do príncipe deste mundo e praticar as obras do Espírito [Ef. 4, 5 e 6]. 




Agindo assim o príncipe deste mundo não terá lugar em sua vida e você poderá sentir a alegria e paz que Cristo dá a todo aquele que ouve e pratica as palavras da verdade.

Sujeitai-vos pois a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós [Tiago 4.7].




Pr André Schroder

segunda-feira, 25 de junho de 2012

O PECADO E A GLÓRIA DE CRISTO

D. M. Lloyd-Jones
 
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. I Timóteo 1.15
 
"Ninguém jamais terá uma concepção verdadeira do ensino bíblico sobre a redenção, se não possuir clareza de entendimento sobre a doutrina bíblica do pecado. E essa é a razão por que muitas pessoas, em nossos dias, são inseguras e vagas em suas idéias a respeito da redenção. A ideia mais comum é a de que o Senhor Jesus é um tipo de amigo ao qual todos podem recorrer em dificuldades, como se isso fosse tudo a respeito dEle. O Senhor Jesus é esse tipo de amigo - e temos de agradecer a Deus! Mas isso não é redenção em todo o seu escopo, em sua inteireza ou em sua essência. Você não pode começar a avaliar a redenção, até que compreenda o que a Bíblia nos ensina a respeito da condição do homem no pecado e de todos os efeitos do pecado no homem. Permita-me dizê-lo com outras palavras: você não pode entender a doutrina da encarnação de Cristo, a menos que entenda a doutrina do pecado. 
 A Bíblia nos ensina que o homem estava em uma condição tão deplorável, que exigia a vinda, dos céus à terra, da Segunda Pessoa da bendita e santíssima Trindade. Ele teve de humilhar-se e assumir a natureza humana, nascendo como um bebê. Isso era absolutamente essencial, para que o homem fosse redimido. Por quê? Por causa do pecado e da sua natureza. Por conseguinte, você não pode entender a encarnação de Jesus, a menos que tenha um entendimento claro sobre o pecado. De maneira semelhante, considere a cruz no monte Calvário. O que ela significa? O que a cruz nos diz? O que aconteceu lá? Digo novamente que você não pode entender a morte de nosso Senhor e o que Ele fez na cruz, se não possui um entendimento claro sobre a doutrina do pecado. A completa imprecisão das ideias de muitas pessoas a respeito da morte de nosso Salvador se deve completamente a este fato: e elas não gostam da doutrina da substituição, não gostam da doutrina do sofrimento penal. Isso acontece porque nunca compreenderam o problema e não veem o homem como um criatura caída no pecado. Estas são as doutrinas fundamentais da fé cristã; não se pode entender a redenção, exceto à luz da terrível condição do homem no pecado". 


M. Lloyd-Jones é um dos maiores e mais influentes escritores evangélicos da atualidade. Apresentamos seu texto para que você reflita sobre a importância de estudar as doutrinas bíblicas. A doutrina do pecado está, sinteticamente, exposta abaixo. Leia todos os textos bíblicos das referências, com certeza contribuirá para que você se encha  do conhecimento da verdade, pois esta é a vontade de Deus, nosso Salvador [I Tim 2.4] . 

O Pecado
  1. No princípio o homem vivia em estado de inocência e mantinha perfeita comunhão com Deus [Gên. 2:15-17; 3:8-10; Ecl. 7:29].
  2. Mas, cedendo à tentação de Satanás, num ato livre de desobediência contra seu Criador, o homem caiu no pecado e assim perdeu a comunhão com Deus e dele ficou separado [Gên. 3; Rom. 5:12-19; Ef. 2:12; Rom. 3:23].
  3. Em conseqüência da queda de nossos primeiros pais, todos somos, por natureza, pecadores e inclinados à prática do mal [Gên. 3:12; Rom. 5:12; Sal. 51:15; Is. 53:6; Jer. 17:5; Rom. 1:18-27; 3:10-19; 7:14-25; Gál. 3:22; Ef. 2:1-3].
  4. Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa, sua vontade e sua lei [Sal. 51:4; Mat. 6:14; Rom. 8:7-22].
  5. Mas o mal praticado pelo homem atinge também o seu próximo [Mat. 6:14,15; 18:21-35; I Cor. 8:12; Tiago. 5:16].
  6. O pecado maior consiste em não crer na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, como salvador pessoal [João. 3:36; 16:9; I João 5:10-12].
  7. Como resultado do pecado, da incredulidade e da desobediência do homem contra Deus, ele está sujeito à morte e à condenação eterna, além de se tornar inimigo do próximo e da própria criação de Deus [Rom. 5:12-19; 6:23; Ef. 2:5; Gên. 3:18; Rom. 8:22].
  8. Separado de Deus, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e assim depende da graça de Deus para ser salvo [Rom.3:20; Gál.3:10,11; Ef. 2:8,9].

quarta-feira, 13 de junho de 2012

POSSO MINISTRAR GRAÇA AO MEU IRMÃO?






Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que
for boa para edificação, para que ministre graça aos ouvintes. [Ef. 4.29]










Recentemente, durante o tratamento das queimaduras que sofri, fui orientado pelos médicos, fisioterapeutas e nutricionista, sobre o que fazer para regenerar a pele. Foram várias as orientações de cuidados e condutas a serem adotadas. 


Enquanto estive no hospital, vi pessoas que não se cuidaram adequadamente dos ferimentos e que sofriam com a demora da regeneração ou mesmo com marcas da conduta inadequada.


A vida do cristão é uma vida de regeneração, santificação e transformação pelo caminhar segundo os padrões de Deus, afastando-se da natureza do velho homem. Na Epístola aos Efésios Paulo convoca os cristãos à santificação dizendo-lhes "rogo-vos […] que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (4.1). 


A conduta de andar de modo digno, é semelhante à conduta de seguir fielmente as prescrições médicas para alcançar a regeneração de uma ferida aberta. Somente a conduta correta e favorável será capaz de contribuir com o processo de regeneração e qualquer conduta contrária ou tida como prejudicial poderá retardar ou até mesmo impedir o processo de regeneração.


Assim, quando o cristão ouve o chamamento de Deus para que seja santo, porque Ele é Santo (Lv. 11.44), deverá buscar e executar as condutas compatíveis com a santificação, deverá, portanto,  ter um caminhar em conformidade com a vocação do cristão, em santidade, separado para a glória de Deus.


Uma das condutas para se ter uma caminhar digno ou compatível com a condição de cristão é registrado em Efésios 2.29, onde Paulo nos exorta para extinguir qualquer palavra torpe que possa haver em nosso linguajar. 


A palavra traduzida como torpe também indica aquilo que é podre ou que está estragado. Portanto, o cristão deve evitar todo e qualquer linguajar vulgar, indecoroso, maculado pela mentira, de obscenidade, imoralidade, sensualidade, de excitamento erótico que leva à luxúria, ou qualquer outra palavra que leve à depravação moral, distorção dos bons costumes ou induzimento ao erro, de maledicência ou ainda de desconformidade com os padrões éticos e morais.


Voltando para o texto, vemos que a palavra de um cristão deve ser edificante. Edificação nos dá a ideia de construção,  de benfeitorias, de progresso e de prosperidade. Dai, Como poderá o cristão edificar seu ouvinte? 


A edificação vem com a palavra que orienta, conforta, exorta, admoesta e auxilia o próximo a trilhar o caminho traçado por Deus para levar ao reino eterno, o qual é o caminho da graça salvadora, da graça justificadora, da graça consoladora e da graça santificadora.


Assim, é com palavras de edificação que o cristão se torna um dispenseiro da graça de Deus, porém jamais podemos esquecer que "a boca fala daquilo que o coração está cheio" [Mat. 12.34], portanto, devemos nos encher da graça e da santidade de Deus para que possamos edificar nossos irmãos e assim transmitir-lhes a graça de Deus.



Pr  André Luiz Gomes Schröder.

sábado, 9 de junho de 2012

NOVAS FAMÍLIAS ESTÃO SURGINDO, E A SUA COMO VAI?

Leia Colossenses 3.18-21

Nestes dias, sábado e domingo, a Igreja Batista Papillon celebra os preparativos para o casamento do Ir Alex e da Ir Meg, realizando o Culto do Bíblia Branca, bem como recebe o pequeno Guilherme, o qual é apresentado por seus pais, Ir Hules e Ir Adriana, à igreja que festeja seu nascimento. Este primeiro semestre foi marcado também pelo casamento dos irmãos André e Gabriela, além do nascimento do pequeno Isac, filho dos irmãos Anderson e Camila. 
É a família em evidência e sendo estabelecida, o que nos faz pensar nessa instituição que foi instituída por Deus e é um  termômetro que indica a saúde da sociedade, pois a sociedade que possui famílias criadas e orientadas segundo o padrão e caminho estabelecido por Deus, onde o homem e a mulher se unem para formar uma família e assim criam seus filhos transmitindo-lhes os valores morais e éticos  que também lhes foram transmitidos por seus antepassados, tende a construir uma sociedade solidária, capaz de exercer o amor ao próximo, banir a indiferença com o sofrimento alheio, estabelecer a justiça social e promover a paz.
Quero que o amado irmão perceba a afirmação do parágrafo anterior e compreenda que a família deve ser estabelecida segundo os caminhos de Deus, isto equivale a dizer que Deus deve fazer parte da família. Quando o reino de Deus não faz parte da família, quando os princípios da Palavra de Deus são esquecidos, quando não há temor a Deus, o reino do lar é entregue a Belzebu, o príncipe das trevas, e então predomina a discórdia, a intriga, o egoísmo, as brigas, a violência, as agressões físicas e morais, além das traições, adultérios e o esfacelamento da família, pois muitos acham que não há outro caminho e preferem  partir para outro relacionamento em busca da felicidade, sem saber que o propósito de Deus é que a sua família tenha paz, mas como encontrar a paz?
Quando a família é regida segundo os padrões do reino de Deus, o marido ama a esposa, a esposa é submissa ao marido, os filhos honram os pais, os pais amam e não provocam a ira dos filhos, enfim, o amor governa o lar, a harmonia e o bem-estar predominam e há alegria na vida em família, pois os os problemas são resolvidos, um a um, segundo a lei do amor, do perdão, da humildade e da renúncia do ego e do egoismo. Este é o caminho da felicidade, da paz.
A harmonia no lar é um elemento que requer uma responsabilidade conjunta, principalmente do casal que deve buscar a direção e orientação de Deus para a vida conjugal. Os filhos devem ver nos pais a disposição de viverem e harmonia, ainda que haja discórdia, o que deve predominar é o amor.
A palavra de Deus tem vários conselhos e princípios para serem aplicados à família, portanto leia a Bíblia, em especial as cartas de Paulo aos Efésios, aos Colossenses e a primeira carta de Pedro, capítulo 3. Coloque na presença de Deus a sua disposição de construir uma família segundo os padrões de Deus. Peça a Ele sabedoria e ação do Espírito Santo para restaurar o amor dentro do seu lar.
Pr  André Schröder.

sábado, 2 de junho de 2012

SOMOS MAIS DO QUE VENCEDORES! PORQUÊ


Romanos 8.31-39


Nesta semana deparei-me com um cartão com os seguintes dizeres: "Conheça um vencedor".  Ao abri-lo, foi exibido um espelho e abaixo os dizeres: somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Sabemos que esse é um velho recurso utilizado para despertar a reflexão e a autoconfiança e que por ser antigo já não causa tanto interesse como em tempos passados, porém, ao abrir o cartão e perceber  a existência de um espelho alinhei-o com meu rosto para ver minha imagem e subitamente percebi que ali não estava refletido meu rosto, mas sim uma máscara branca,  utilizada no momento em razão do acidente que sofri, no qual tive grande parte do rosto afetado por queimaduras.


O autor do cartão esperava que quem o manuseasse, ao abri-lo, enxergasse a si mesmo no espelho e também leria  a mensagem e concluir: SOU MAIS QUE VERCEDOR! Porém, aquele que foi refletido no espelho não era eu. Havia uma máscara que cobria meus ferimentos, minhas imperfeições, meus defeitos e também que estava me protegendo dos raios de luzes que podem ser prejudiciais nessa faze de recuperação. 


Tal situação fez-me refletir sobre como eu poderia ser um vencedor se experimentava a dor e as marcas  das opressões e infortúnios da vida que corriqueiramente revelam a fragilidade humana e ceifam a vida de milhares de pessoas. Afinal que vencedor é esse que não pode livrar a si mesmo do acaso e nem mesmo pode acrescentar um só palmo na medida de sua vida? Como posso ser classificado como vencedor?


Quando lemos Romanos 8.37, percebemos a existência de uma relação de causa e efeito e concluímos: somos vencedores, porque Cristo venceu. Modernamente, a partir do período pós-reforma, influenciada pelo antropocentrismo, a teologia dominante tem uma ênfase na vida interior do indivíduo e ressalta os aspectos da prática individual em busca da vida moral ideal, da santificação,  da espiritualidade, enfim, de como deve ser a vida de quem tem uma experiência intima e verdadeira com Cristo. Tal abordagem  não é errônea porém tende a  reduzir o cristianismo a um "estilo de vida" e  esquecer, ou pelo menos, deixar de dar ênfase ao que "Jesus Cristo fez pelo pecador".  O sentimento de vitória produzido nesse contexto é cruel, pois somos levados a cobrar de nós mesmos a vitória aos olhos do homem, ou seja, o triunfo glorioso daqueles que vencem sem dificuldades, percalços ou subjugação.  Jó, homem justo e temente a Deus, foi vítima da teologia dos supercrentes mais que vencedores,  filhos do Rei, intocáveis, que  reprimem todas as hostes malignas e que voam por sobre as tempestades, pois vemos em sua história que os amigos de jó lhe cobravam uma explicação sobre os infortúnios que vieram sobre ele, pois não sabiam eles que o sofrimento de Jó fora posto para provar ao nosso acusador [Satanás] que o homem é capar de ser fiel a Deus e assim, com a fidelidade de Jó o Criador fosse glorificado.


Quando percebemos o contexto teológico em que vivemos e buscamos uma releitura do texto paulino da Carta aos Romanos cap. 8.31-39, percebemos que a mensagem da vitória e do ser glorificado perante Deus não aponta para nós mesmos, mas para Cristo Jesus, pois nós estamos sujeitos às tribulações, angústias, perseguições, prisões, tentações e outros infortúnios, porém nossa vitória não está em um blindagem contra toda e qualquer tribulação, mas nossa vitória está em Cristo Jesus que nos resgatou das garras do pecado e nos justificou, dando-nos paz com Deus [Rm 5.1].


Assim, quando você olhar em um espelho procurando ver um vencedor, saiba que no espelho deve ser refletido o caráter de Cristo, pois entre o homem e Deus está Cristo Jesus, aquele que sofreu em uma cruz para que quando eu e você nos apresentarmos perante Deus, todas as nossas imperfeições e defeitos estejam encobertos pela glória de Cristo, além do mais, enquanto nós vivermos ele poderá nos proteger das setas malignas do Diabo e jamais seremos resgatados de suas mãos, pois sua salvação é completa. Portanto, a nossa vitória não está em nós mesmos, não está na figura do supercrente que não passa por tribulações, mas nossa vitória está em Cristo Jesus, em permanecermos como servos fiéis ainda que paire sobre nós as negras nuvens que impedem ver a calmaria mas que possibilitam ver a glória de Cristo, da qual seremos participantes.


Portanto, amado irmão,ser vencedor não é viver sem tribulações, mas é permanecer em Cristo Jesus mesmo em face das tribulações.


Pr  André Schröder.

sábado, 19 de maio de 2012

O MESTRE NICODEMOS E O NOVO NASCIMENTO


Jo 3.1-8





Nicodemos é aquele fariseu,  membro do sinédrio, que em uma noite procurou Jesus para uma conversa franca sobre a salvação de sua alma. 





Mesmo atribuindo significados diversos sobre o período e circunstâncias das trevas noturnas, escolhidas por Nicodemos  para visitar Jesus, nenhum comentarista nega o fato de que ele escolheu a noite para agir anônima e clandestinamente, pois temia a reação das pessoas, principalmente dos colegas do sinédrio que reunia os principais judeus para  julgar o povo. 



A verdade é que mesmo interessado nas coisas espirituais, na salvação de sua alma e com o profundo e sincero desejo de obedecer a Deus, Nicodemos esta preocupado com a opinião pública, com o que os outros pensariam dele e não estava disposto a se expor como um novo "crente", seguidor de Cristo.





Quando olhamos para o início melancólico de Nicodemos, podemos pensar: que covardia, que falta de entendimento, que falta de fé! Mas ao olhar para os bancos de nossas igrejas podemos identificar vários nicodemos que se encontram com Cristo mas não se declaram seus seguidores. Apenas seus "irmãos de igreja" os reconhecem como cristãos, mas os colegas de trabalho, escola, futebol, salão de beleza, vizinhos, familiares, dentre outros, nunca ouviram uma só palavra de testemunho que os identifiquem como cristãos.





Glória a Deus porque naquele tempo estava germinando uma semente no coração de Nicodemos e aquele que tinha por significado do nome "vencedor sobre o povo", venceu o medo do povo e se tornou intrépido e destemido, ao ponto de honrar a Cristo, preparando-lhe o corpo sem vida para o sepultamento, enquanto todos os discípulos estavam amedrontados e sem ousadia para tirar o corpo de Cristo do martírio da cruz [Jo 19.39].





A Bíblia nos ensina a não desprezar aquilo em que Deus se compraz, pois o Senhor pode fazer grandes coisas a partir dos humildes começos [Zac 4.10], mas para isto é necessário o crescimento e o fortalecimento que tem princípio no "novo nascimento" ou no "nascer de novo", que literalmente é "nascer do alto". Nicodemos estava em busca do "nascer do alto", nascer do espírito, que é o tornar-se filho de Deus por meio da fé em Cristo, sendo selado pelo penhor que é o Espírito Santo da promessa.





Para tudo há um princípio e ao experimentar o novo nascimento, Nicodemos cresceu, amadureceu, assim como cresceu seu testemunho e envolvimento na obra de Cristo. Em João 7.51, ainda que de forma velada, Nicodemos já defendia a causa de Cristo ao admoestar o sinédrio defendendo Cristo ao declarar: "acaso, a nossa lei julga uma homem, sem primeiro ouvi-lo e saber o que ele fez?" Nicodemos estava crescendo e se sentia atraído pelo evangelho.





Paulo nos adverte para que passemos do leite espiritual para o alimento sólido, que corramos a carreira proposta, que prossigamos para o alvo, que atinjamos o padrão proposto para o cristão, tudo como sinônimo do crescimento decorrente do "novo nascimento", pois aquele que nasce do espírito não nasce em plenitude, mas deve crescer até atingir a perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo [Ef 4.13].






Assim, como Nicomemos, cresçamos na vida lá do alto. Cresçamos em espírito e deixemos toda timidez para testemunhar que Cristo é o único caminho que leva aos céus.








Pr  André Schröder.



segunda-feira, 14 de maio de 2012

A ERA DO MEDO (síntese)



“[...] não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?” [Mateus 6:31]



Quem nunca foi tomado pelo medo e compelido a investir em segurança? Muros altos, portas reforçadas, grades nas janelas, alarmes nos carros... Quem já chegou à sua casa, tarde da noite, e foi  tomado pelo medo, com receio de ter alguém escondido à espreita?

Medo, segundo o Dicionário Aurélio, é “sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça; susto, pavor, temor, terror”.

Estamos vivendo a “ERA DO MEDO”. O medo é tamanho que fez surgir uma nova doença: a síndrome do PÂNICO! E já é considerada um problema de saúde que preocupa os especialistas, pois atualmente 2 a 4% da população mundial sofrem desse mal que acomete mais mulheres do que homens em uma proporção de 3 para 1. São pessoas que relatam que possuem tanto medo que “toda vez que  me preparo para sair, tenho aquela  desagradável sensação no estômago  e me aterrorizo pensando que vou ter outra crise de pânico” (SIC). Outro paciente relatou ao seu psicólogo: "De repente, eu senti uma terrível onda de medo, sem nenhum motivo. Meu coração disparou, tive dor no peito e dificuldade para respirar. Pensei que fosse morrer".

Essas pessoas chegaram a essa condição não por uma situação fática, real ou iminente, mas sim por um perigo imaginário, pelo medo do futuro.

Jesus Cristo, há dois mil anos, fez uma advertência muito atual e que hoje os homens padecem por não dar ouvido à sua voz. Em Mateus capítulo 6, versículo 25, Ele diz: "Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário"?

Convido você a pensar e refletir: Pode o Homem viver sem medo ou temor? Em que está centrada a sua preocupação, em coisas passageiras ou eternas?

Ouça agora o que Cristo tem a lhe dizer: "e não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo [Mateus 10:28].

Suas preocupações, suas angustias cuidam somente dos teus dias sobre a Terra? O que você tem preparado para depois de sua morte, existe alguma certeza ou esperança? “...Não temais os que matam o corpo ... temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo”. Cristo quer lhe dar a esperança, a paz e a certeza de uma vida nos céus. Tenha uma experiência com Deus! Conheça a Bíblia!

Pr André Schröder

domingo, 13 de maio de 2012

sábado, 21 de abril de 2012

MÁS NOTÍCIAS
Neemias 1.1-4.

Neemias era copeiro do rei. Sua função era provar todas as bebidas e verificar se elas estavam envenenadas ou não. De certa forma, sua condição no palácio era estável e confortável. Porém, ele viveu dias dramáticos. Ao receber a notícia de que a cidade de Jerusalém estava destruída, seus muros derrubados e seus habitantes sofrendo, ele se sentiu impotente diante das circunstäncias. Para pior ainda mais a situação, ele não podia expressar a sua tristeza, pois qualquer sinal no seu rosto poderia deixar o rei desconfiado. Mas ele não conseguiu esconder seus sentimentos(Neemias 2.1-2).
Não é difícil contextualizar o drama vivido por NEEMIAS. Basta olhar ao redor, ler as notícias ou ligar a televisão para enxergarmos lares destruídos, crianças abandonadas, desastres, guerras, pessoas desesperadas que não sabem como lidar com o futuro incerto. A notícia da situação caótica em jerusalém fez com que NEEMIAS desabasse não em desespero, mas em oração e jejum diante da DEUS. Ouvir más notícias tem sido uma realidade constante, ainda mais com o avanço tecnológico - em poucos segundos, os fatos são divulgados ao mundo inteiro. Se não estivermos centrados no amor de DEUS, corremos o risco de nos tornarmos insensíveis diante de tantas tragédias.
NEEMIAS não ficou indiferente à situação deplorável de seu povo. Depois de se recuperar do choque inicial, ele orou implorando a intervenção divina e expressou o desejo de ajudar na reconstrução da cidade.
Infelizmente, na maioria das vezes ficamos tão dominados pela imensidão dos problemas que nos esquecemos de olhar para a grandeza de DEUS, e dessa forma o consideramos pequeno e frágil. E o que nós podemos fazer para ajudar quem precisa! Assim como NEEMIAS, devemos buscar ao SENHOR e fazer o que estiver ao nosso alcance.

Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz (Tiago 5.16).

Juliana Scheibner Dellafavera.
[publicação: Pão diário: o livro das leituras devocionais diárias, nr 15. São Paulo: Rário Transmundial, 2012]

A PÁSCOA DO CRISTÃO

Hoje comemoramos a Páscoa. A primeira Páscoa surgiu para marcar o fim da escravidão dos hebreus pelos egípcios [Ex 12]. As celebrações eram "sombras das coisas futuras" [Cl 2.17], ou seja, elas tipificavam aquilo que um dia tornar-se-ia a história da morte e ressureição do Senhor Jesus, visto que a segunda Páscoa foi instituída para marcar o sacrifício de Cristo e também que todo aquele que crê que Cristo morreu em nosso lugar, está livre da condenação pelo pecado, a morte eterna. Portanto, para o cristão, Páscoa significa libertação, pois é a obra de Cristo para a nossa redenção.
Na primeira Páscoa existe um curioso detalhe. Os hebreus comemoraram a páscoa antes de saírem do Egito, sacrificando um cordeiro e colocando o seu sangue na porta da casa. Celebraram, portanto,  o cumprimento da profecia antes que ela se cumprisse [Gn 15: 13,14] e se o sangue do cordeiro não fosse derramado e aspergido sob os umbrais da casa, o povo de Israel morreria como os egípcios, um povo que não temia a Deus.
Por meio da primeira Páscoa, Deus ensinou ao seu povo que alguém deveria morrer para que eles tivessem vida e libertação. Na segunda Páscoa Ele nos mostra que Cristo é o Cordeiro de Deus [Jo 1.29], o qual morreu no lugar de todo pecador que aceitar o seu sacrifício substitutivo para ser livre do pecado e ter vida eterna com Deus [cf. Jo 3.16; 8.32,36 e Mt 11.28].  
Se creio que Cristo é o Cordeiro da Páscoa que teve o sangue derramado para me livrar da morte do pecado para que eu possa, na vida eterna, habitar nos céus com Deus, devo então celebrar a páscoa com profunda reverência, afinal, Cristo é o nosso cordeiro da Páscoa. Ele derramou seu sangue para me livrar da morte. A minha libertação espiritual foi comprada com o sangue de Cristo, a nossa Páscoa [1Co 5.7,8]. 
Olhando para a primeira Páscoa, aprendemos  que devemos celebrar a glória eterna, a herança que temos em Cristo Jesus, antes mesmo de desfrutar das maravilhas celestiais, pois assim como o sacrifício do cordeiro se deu antes da saída do povo do Egito, a nossa fé e a nossa obediência devem vir antes da entrada na vida celestial, quando haverá  a plena libertação, pois a libertação espiritual, pela fé e obediência, precede a libertação física.
Assim como os hebreus celebraram a páscoa e começaram uma vida livre da escravidão, celebremos a morte e ressureição de Cristo e vivamos uma nova vida livre do pecado e na plena comunhão com Deus.

Pr Andre Schroder

domingo, 1 de abril de 2012

PREPARANDO-SE PARA PÁSCOA

Veio, pois, Jesus seis dias antes da páscoa, a Betânia, onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre os mortos. Deram-lhe ali uma ceia; Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.  Então Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? [...] Respondeu, pois Jesus: Deixa-a; para o dia da minha preparação para a sepultura o guardou; [JOÃO 12.17]

Assim como o tempo em que vivemos, a festa da Páscoa estava se aproximando. Como conta o evangelista Marcos, cap. 14.3-9, Jesus foi recebido por Simão, o leproso (alguns pensam que esse homem era um amigo ou parente de Lázaro, Maria e Marta) e, mais uma vez, Marta servia aos convidados, garantido-lhes uma boa estada, e eis que surge sua irmã, Maria, também disposta a servir e ainda com mais esmero que Marta, a conhecida anfitriã.
Maria trazia consigo um jarro de alabastro, cheio de perfume de nardo, uma planta da Índia. O costumes daqueles dias era o anfitrião derramar apenas algumas gotas do perfume em sua visita, porém Maria surpreendeu a todos, pois não quiz apenas fazer o que era comum, normal e esperado. Naqueles dias esse perfume era usado somente em ocasiões especiais, pois custava o salário de um ano de um trabalhador. Acreditamos que ela dedicou tudo o que tinha ao mestre: quebrou o jarro e derramou todo o perfume em Jesus.
Sem saber, Maria ofereceu um sacrifício preparatório para a morte de Cristo, ungindo seu corpo para a sepultura, para a remissão do meu, seu e dos pecados dela. Ela não considerou o quanto lhe custou o perfume com o qual ungiu o corpo de Jesus, mas, depois de tudo o que ela prendeu aos pés de Cristo, ela estava pronta para servir e considerou o amor que tinha pelo mestre.
Cristo já morreu na cruz. Ressucitou e está com o Pai Celeste. Hoje ele não espera que você derrame um vaso de perfume caro em memória do seu sacrifício, mas ele quer que você dedique aquilo que você tem de mais valioso que é seu tempo, seu serviço, sua dedicação ao Reino de Deus. 
Prepare-se! Nesta semana que se aproxima da Páscoa, dê a Cristo um sacrifício santo e agradável a Deus, que é o culto racional [Rom. 12.1,2]. 

Pr André Schröder
CEGOS DE NASCENÇA

"Ele retrucou: Se é pecador, não sei; uma coisa sei: eu era cego e agora vejo." 
(João 9:25)
No cap. 9 de João temos a história de um cego de nascença. Não sabemos o seu nome, sua origem, onde morava, nem mesmo o seu nome. 
Entre nós, diríamos que o "cego de nascença" é um "José da Silva", legítimo representante da raça humana. Homem como qualquer um de nós que vive no anonimato e transita pelas ruas sem ser notado pela maioria das pessoas. Não fazemos nada de extraordinário e não somos lembrados por nenhum grande feito, bondade excessiva, assim como as pessoas não estão a apontar nenhum erro, transgressão às normas sociais ou pecado, porém, a Bíblia nos diz que nascemos em pecado, que vivemos de transgressão e desobediência a Deus pelo simples fato de buscar satisfazero desejo do nosso coração, fazer a nossa vontade e não atentarmos para a soberania do Deus que fez os céus e a Terra e domina todas as coisas. 
Esse cego de nascença, portanto, tinha o mesmo estilo de vida que nós temos, mas o mais importante é que Cristo o escolheu para servir de ensinamento e o curou para manifestar a glória de Deus. Aquele homem padeceu da cegueira física e nos mostra, hoje, que padecemos da cegueira espititual. Sua história foi contada e serve para nos ensinar que não importa quem você, mas quando Jesus passar na sua vida Ele vai te curar da cegueira espiritual e para receber essa cura, basta reconhecer que vivemos em pecado, em desobediência a Deus e crer que Jesus é o filho de Deus, que ele morreu em uma cruz para glorificar o nome daquele que ignorei e deixei de glorificar como Deus soberano. Cristo fez a vontade de Deus enquanto eu a desprezei.
 Somente após ser tocado pelo Senhor da Vida é que aquele cego passou a ver, assim como somente se você abrir seu coração para ser tocado pelo Espírito de Deus é que seus olhos abrirão para reconhecer seu pecado de nascença, para ver a glória de Deus, para se fazer filho de Deus.
Não se deixe ser levado pela multidão daqueles que não se deixaram ser tocados por Cristo, pois "O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus" (II Cor 4:4), e "a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as travas do que a luz; porque as susas obras eram más" (Jo 3.19). Deixe que Cristo abra seus olhos para que entre a luz do céu e assim diga, "uma coisa eu sei: eu era cego, e agora vejo".
Pr André Schröder

sábado, 25 de fevereiro de 2012

DEIXE O MUNDO DO LADO DE FORA DE SUA VIDA

Ao fazer o belo discurso de instrução para os discípulos, o qual antecedeu a sua crucificação, Cristo lhes disse que "[...] o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo. Não rogo [a Deus] que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno" (João 17.14 e 15).
A Bíblia nos ensina que sempre que o homem crê no amor salvador de Deus, em Cristo Jesus, opera-se um novo nascimento e a pessoa deixa de pertencer a este mundo, o mundo em que satanás age induzindo o homem ao pecado e a desobediência a Deus. Assim, quando entendemos o amor de Deus e nos reconhecemos como pecador, somos novas criaturas e as coisas velhas já passaram e eis que tudo se faz novo. Daí, seria compreensível aos olhos do homem, sempre que houvesse uma conversão, acontecesse um arrebatamento repentino e imediato, porém o propósito de Deus não é tirar seus filhos deste mundo, mas que seus filhos viva no mundo e sirva de luz e sal do mundo. 
Portanto, a vida do verdadeiro filho de Deus neste mundo, deve ser como um navio no mar, pois ele pode navegar eternamente se a água não entrar nele. Assim, o perigo não está no navio na água, mas a água no navio, a qual o fará afundar. Da mesma forma, "não é o Cristão no mundo mas o mundo no cristão que constitui o perigo.  Qualquer coisa que ofusca a minha visão do Senhor Jesus, ou afasta-me do prazer de estudar a Bíblia, ou paralisa minha vida de oração, ou dificulta o meu trabalho cristão, está errado para mim e eu devo rejeitá-la" (J.  Wilbur Chapman).
Assim, o cristão deve preocupar-se com seu relacionamento com o mundo. Você está no mundo ou o mundo está em você? Você é luz para o mundo ou a lama do mundo está ofuscando a sua luz? As pessoas olham para você e vê retidão, justiça, compaixão e amor ou vê somente pecado, rancor, ódio, maledicência maldade, injustiça e testemunho que envergonha a cruz de Cristo? Você tem fugido das ciladas do diabo ou o diabo usa você para preparar ciladas para outras pessoas? 
Se você pensa que seu "pecadinho" não terá nenhuma influência em sua vida espiritual, saiba que está enganado, pois a perda da comunhão com Deus se dá com o simples ato de virar as costas para Deus, ainda em sua presença. Assim como o navio começa a afundar quando tem alguns litros de água em seu interior, o cristão começa a afundar espiritualmente quando um pequeno pecado se instala em seu coração. O navio poderá ser salvo se for impedida a entrada de água em seu interior, bem como o cristão poderá manter sua comunhão com Deus se rejeitar o pecado logo que ele tentar encontrar espaço em sua vida. Portanto, feche, para o pecado, a porta do seu coração e glorifique e engrandeça o nome do Senhor Jesus.
Você pode viver no mundo, mas não deixe o mundo viver em você.
"Chegai-vos para Deus, e ele se chegará para vós.  Limpai as mãos, pecadores; e, vós de espírito vacilante, purificai os corações" (Tiago 4:8).
Pr André Schroder
Andre Schroder

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


BEM-AVENTURADOS OS HUMILDES DE ESPÍRITO,

porque deles é o reino dos céus


Mat. 5.3





Vivemos a era do antropocentrismo, ou seja, o homem no centro de todas as coisas. Até nas universidades é ensinado que para vencer o homem deverá acreditar em si mesmo e depositar em si a sua confiança. É a crença no potencial, na capacitação, na autorealização.


Estranhamente Cristo inaugura o Sermão do Monte declarando que bem-aventurados são os humildes de espírito. Um olhar atento revela que não é por acaso ou porque foi lembrada em primeiro lugar, que a bem-aventurança aos humildes de espírito abre o sermão mais conhecido em todo o mundo. Há um propósito divino nestas palavras, porque sem a humildade de espírito não se entra no Reino dos Céus. Somente o humilde de espírito se vê em pecado e carente da graça de Deus. Somente ele é capaz de reconhecer a soberania de Deus, o senhorio de Cristo e a transgressão do homem. Ninguém, além do humilde de espírito, se lança aos pés de Cristo e clama por misericórdia, graça e salvação. Daí, percebemos que a humildade de espírito diz respeito ao relacionamento do homem com Deus, levando-o a experimentar um novo nascimento, uma nova vida, recebendo o Consolador, aquele que é a marca distintiva dos filhos de Deus. 


O humilde de espírito, portanto, é aquele que não é senhor de si mesmo, tendo em si o Espírito de Deus e por Este se deixa guiar, pois, assim como nos ensina o apóstolo Paulo, "se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis" [Rm 8.13] e viver é herdar o reino dos céus. Assim sendo, o humilde de espírito é aquele que traz consigo o consolador, o Espírito Santo, e por ele vence suas batalhas e seus desafios nas regiões celestes, se tornando mais que vencedor em Cristo [Rm 8.37], porém servo de Deus.


Daí, ser humilde de espírito não é uma questão de aparência humilde, simples, pobre, desprovido de vontade própria e que impressiona a todos e desperta piedade pela submissão aos outros. Portanto, ser humilde de espírito não decorre do esforço próprio para "parecer" humilde. É antes uma questão interior de amor a Deus e ao próximo, que busca fazer a vontade de Deus e de servir aos irmãos, tendo-os superiores a si mesmo [Fl 2.3], porém em decorrência e movidos pelo amor de Cristo, o qual  nos ensina, a nos  despir do orgulho pessoal, da vaidade, da cobiça e do egoísmo, e fazer florescer, a cada manhã,  a dependência de Deus, reconhecendo que acordamos para mais um dia debaixo da graça e da misericórdia de Deus, sendo que nada faremos sem a sua direção, que nada alcançaremos se não for por ele e que tudo devemos ao Deus dos céus e da terra.


  Que Deus nos tenha em humilde submissão ao seu senhorio.


Pr André Schröder

sábado, 4 de fevereiro de 2012

JESUS, O PÃO DA VIDA
Jo 6.35
Após realizar o grande milagre da multiplicação dos pães a multidão procurava, ansiosamente, encontrar Jesus. Aquele que esquadrinha mentes e corações revelou a intenção da multidão e Jesus declarou: "me buscais, não pelos sinais miraculosos que vistes, mas porque comestes do pão, e vos fartastes" (v.26). Ao ver o coração materialista do povo que buscava a prosperidade e se esquecia da salvação, Jesus advertiu-os dizendo: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna" (v.27).
Jesus não pregou a ociosidade. Não revogou a ordem de Deus para que o homem trabalhe a terra para produzir seu mantimento. Afinal, "se alguém não quer trabalhar, também não coma" (II Ts 3.10). O mensagem de Jesus é para que o homem se preocupe com as verdades espirituais; que reconheça a soberania de Deus; preocupe-se com o destino de sua alma; que alimente seu espírito com as verdades de Deus. Por isso, enfaticamente, Ele diz: "Eu sou o pão da vida. [...] Quem come a minha carne, e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia" (v. 35, 54).
Jesus conhece o desejo secreto e a vontade de cada coração. Ele sabe exatamente o que nos motiva e porque estamos na igreja ou fora dela, porque cantamos ou porque oramos. Ele sabe se queremos buscar a Deus de todo o coração ou se apenas queremos nos apresentar "justos" perante os homens; ou ainda se desejamos apenas suas bênçãos materiais ou se  apenas temos o juízo de Deus, cultuando o medo do castigo eterno, e praticando uma religiosidade ritualística, sem o verdadeiro amor a Deus. 
Exatamente porque o homem não tem os pensamentos e os caminhos iguais aos de Deus (Is 55.8), bem como não tem um coração que, naturalmente, se firme em Deus, é  que Jesus manda que trabalhemos pela comida espiritual. A ordem de Cristo é para termos uma atitude proativa. Não é para sentarmos no banco da igreja e esperarmos ser cheios do Espírito Santos. A ordem é "trabalhar". Como trabalharemos em busca do alimento espiritual e como nos alimentaremos da carne e do sangue de Cristo? John Charles Ryle nos ensina que:
Precisamos ler nossas Bíblias como quem procura um tesouro escondido e lutar com sinceridade em oração, como alguém que ouve a leitura de um testamento. Devemos lutar diariamente contra o pecado, o mundo e o diabo, como alguém que luta pela liberdade e precisa vencer, pois, do contrário, será escravizado. […] É isto que significa "trabalhai". Este é o segredo de sermos vitoriosos quanto à nossa alma. Precisamos nos esforçar, apressar, lutar e aplicar todo o nosso coração às questões de nossa alma. "Os que se esforçam" são os que se apoderam do reino dos céus (Mt 11.12).  [Ryle, J.C. Meditações no Evangelho de João. São José dos Campos : Ed. Fiel, 2011. p. 74].
Assim, trabalhemos, incansavelmente, pelo alimento espiritual, para que vivamos por Cristo, assim como Cristo amou o Pai e viveu por Ele (v.57).
Pr André Schröder

sábado, 7 de janeiro de 2012

UMA VIDA COM ENTREGA PARCIAL
 
Certo dia Caim se levantou disposto a resolver seus problemas. Há muito sentia que seu relacionamento com Deus não estava bem. Ele não conseguia agradar a Deus. Trazia presentes que a ele custava muito, pois era necessário trabalhar de sol-a-sol para conseguir colher aquele alimento, porém via que Deus se alegrava mais com os presentes dados por Abel, seu irmão.
Quando Caim teve oportunidade de conversar com Deus, ele se calou e teve Deus por culpado, pois ele era daquele jeito, fazia tudo a seu modo, senhor de si mesmo e Deus é quem deveria ficar alegre, pois Ele estava ganhando o presente que havia pedido. Então Deus interpelou Caim e disse: 
- Se você fizer o bem, não será aceito? [Gn 4.7]. 
Caim não se conformou e pensou: Apresento uma oferta que me custou horas debaixo do sol causticante e ainda tenho que  fazer exatamente igual ao que ele quer, agir conforme ele pensa que devo agir? A final, quem é Deus para exigir tanto? Já sei, é meu irmão Abel; ele que é o filhinho querido de Deus, pois conquistou seu coração.
Esse era o problema e Caim estava disposto a continuar agindo como antes, pois para ele Abel é quem atrapalhava seu relacionamento com Deus. Esta era sua lógica e se apressou em vingar-se de seu irmão, eliminando-o, pois ele era culpado por servir de padrão para o relacionamento com Deus.
Hoje, muitos trilham o caminho de Caim ao procurar oferecer um culto à sua maneira, buscando impor sua vontade a Deus, pois Ele é obrigado a ficar feliz e satisfeito com sua presença na igreja, com o dízimo entregue mensalmente e com os cânticos entoados. Afinal, aprendeu que é isso que Deus pede de seus filhos.
Agindo como Caim, somos levados à concluir que temos nossas vidas com  vontade, desejos e caminhos próprios, sendo que temos o dever de dedicar uma "parcela" de nossa vida ao Deus Criador, porém Deus não quer apenas uma parte de sua vida, pois ele quer te conduzir e determinar o padrão cristão para todas as áreas de sua vida, não somente para sua vida religiosa.
Pense sobre isto: Sua vida está totalmente entregue a Deus ou somente seus dízimos, ofertas e o tempo dos cultos?
Pr André Schröder
Andre Schroder