Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
[...] Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras
sejam manifestas, porque são feitas em Deus.[Jo 3:16, 21]
Conforme registrou o apóstolo João, Deus "deu o seu Filho" e o resultado foi a morte de Cristo em uma cruz, em substituição a todo aquele que crê. Para haver essa substituição, cada pecado praticado pelos homens foi imputado a Cristo.
Imputar algo a uma pessoa significa atribuir esse algo a ela. A Bíblia faz referência a casos em que Deus "imputa pecado" a alguém, o que significa que Deus considera o tal como pecador e em consequência, culpável e merecedor de castigo. Quando os teólogos dizem que nossos pecados foram imputados a Cristo, querem dizer que os pecados dos homens foram atribuídos a Cristo, sendo ele agora o devedor. Logo, Deus deu seu filho para ser culpado em nosso lugar, daí, é ele quem deve pagá-los. Ao mesmo tempo, quando a bíblia diz que foi "imputada justiça" a uma pessoa, o significado é que Deus considera judicialmente tal pessoa como justa e merecedora de todas as recompensas a que tem direito a pessoa justa (Rm 4.6-1 1).
A imputação de "justo" aos homens, somente é possível quando ele crê que Cristo sofreu e morreu na cruz (1 Pedro 2.24; 2 Coríntios 5.21). Cristo foi feito legalmente responsável pelos pecados de todos que creem que o castigo que ele sofreu e a sua morte, corresponderam ao castigo que eu mereço pelos meus pecados. O sacrifício de Cristo pagou a minha "pena de morte" que recebi em condenação pelos pecados que pratiquei, logo, já não há mais condenação a ser paga e assim já sou justificado perante Deus. Aleluia!
Por ter morrido em meu lugar, Cristo não deixou de ser santo. A imputação dos pecados não fez de Cristo um pecador. Seu caráter não foi afetado. Sua vida continuou imaculada e ele foi apresentado a Deus em santidade e irrepreensível e somente assim o pagamento foi aceito e ao pecador que nele crê foi imputado justiça.
Ocorre que assim como a imputação de pecado não mudou a natureza de Cristo, o qual permaneceu santo, a imputação de justiça também não muda a natureza do homem, o qual permanece pecador neste mundo. A mudança é na situação jurídica e não na natureza. É por isso que Paulo nos diz que a vontade de Deus é ver a nossa santificação deixando de lado todo pecado [1Ts 4.3], pelo que nos chama para que "purifiquemo-nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus [2 Co 7:1].
Agora, portanto, se estou justificado perante Deus, devo andar dignamente daquele que me redimiu e me chamou para a vida eterna, assim como devo ter o cuidado de não confundir a justiça imputada (a qual recebemos pela fé e que é a única base de justificação) com os atos pessoais de justiça (santidade), realizados como resultado da obra do Espírito Santo em meu coração, pois minha salvação é pela graça e não pelas obras, mas sou constrangido, pelo sacrifício de Cristo, a andar sempre na luz, praticando obras de justiça segundo a verdade das palavras de Cristo e dos caminhos reparados para os filhos de Deus em Cristo Jesus, para que sejam testemunhas do amor de Deus.
Pr André Luiz Gomes Schroder
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