Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João [Jo 1.6]
É extraordinário o modo como o evangelista João apresenta a glória de Jesus Cristo, o qual é o próprio Deus eterno, o criador de todas as coisas, fonte de luz e vida, ao passo em que sobre João Batista ele diz apenas que "houve um homem enviado por Deus cujo nome era João".
João, pelo seu próprio nome anunciou que "Deus enviou sua Graça" ou mesmo que "Deus é gracioso". Conforme narrou João, o evangelista, o ministério do Batista, esse homem que anunciou a graça de Deus, foi servir de "testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele".
O ministério de "testemunha" fez João Batista chamar a atenção das pessoas para o Cristo, aquele que é a verdadeira luz, o sol da justiça que ilumina os homens com a justiça de Deus, pois ambos os joãos reconheceram a grandiosidade do Filho de Deus, o qual é eterno, transcende ao tempo e espaço, enquanto o João é terreno, humano, limitado ao tempo e ao espaço. Entretanto, João humano, limitado, frágil, que morreu subjugado pela vontade de uma mulher que pediu sua cabeça em uma bandeja, recebeu o a importante missão de "testemunhar" a respeito de Cristo e cumpriu-a com dedicação e retidão, ao ponto de Cristo dizer que "dentre os homens nascidos de mulher, ninguém é maior do que João".
A terminologia própria de um tribunal, empregada pelo evangelista, aponta que a missão de Cristo somente teve crédito porque alguém, digno de crédito, testemunhou a respeito da missão do Messias. No direito judaico e no direito romano, do qual decorre o direito brasileiro, o papel da testemunha é de suma importância, pois ela dá crédito à palavra daquele que está sendo julgado ou mesmo tira-lhe toda a confiança e honradez, atribuindo-lhe a pecha de falsário ou mentiroso.
Deus enviou à frente de Cristo um homem para que desse testemunho a respeito de sua missão e da chegada do Reino dos Céus. Após cumprir seu propósito de manifestar a glória de Deus e provar que Deus enviou sua graça para alcançar o homem, Cristo Jesus deu uma promessa e uma ordem aos seus discípulos: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas".
O verdadeiro discípulo de Cristo é uma testemunha que proclama a verdade de Deus, anunciando que Cristo é o único salvador e é a luz do mundo. Lucas mostra que Pedro e Paulo foram testemunhas [Atos 2.40; 20.21] que certificaram sobre a verdade de Deus e por isso levaram muitos a crerem na salvação oferecida por Deus.
É bem verdade que é o Espírito Santo que convence o homem do "pecado, da justiça e do juízo de Deus", porém nós, os simples mortais e pecadores, temos a missão e o ministério de "testemunhas" da obra de Cristo, para que por intermédio desse testemunho os homens creiam que Cristo Jesus é o Deus encarnado que habitou entre nós, foi morto e ressuscitou para a Glória do poder de Deus e por sua morte Ele pode nos dar a salvação de nossas almas.
Cumpra seu ministério como testemunhas de Cristo e seja você também um joão que anuncia que "Deus enviou Graça" ao homem perdido.
Pr André Luiz Gomes Schröder
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