[...] houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus.
Jesus também foi convidado [Jo 2.1,2]
Concluímos nosso estudo do capítulo I de João, realizado durante cinco encontros, agora, no capítulo 2 deparamo-nos com um relato histórico que para muitos não passa de uma narrativa sobre a vida de Cristo, mas não devemos esquecer que "toda Escritura é divinamente inspirada é apta para ensinar" [2Tm 3.16] e este é um dogma que o Cristão deve cultivar a cada vez que lê uma passagem bíblica, e o relato do casamento em Caná da Galileia não é diferente, assim, além do fato histórico devemos olhar para o simbolismo pedagógico presente nessa atividade social do nosso Salvador.
Os evangelhos apresentam o ministério de Cristo com seus discípulos, porém o evangelista João foi inspirado a descrever a participação de Cristo e sua família, mãe e irmãos, em uma festa de casamento que provavelmente foi celebrada por um parente próximo – conclusão esta decorrente da participação e iniciativa de Maria na organização da festa.
Quando Deus instituiu o casamento no ato da criação do homem e da mulher, a família foi posta em evidência para cumprir um propósito singular na vida do homem, pois para preservar a família é necessário estabelecer o amor entre seus membros pois do amor decorre o respeito e auxílio mútuo, os quais são a base da união e preservação da família.
A presença de Jesus em um casamento inaugurando seu ministério e dando início à glorificação de Deus pelos milagres, mostra-nos a importância do casamento e da família para o cristianismo, assim como Deus instruiu o homem e a mulher para que se unissem constituindo uma só carne [Gn 2.24], ao iniciar seu ministério em uma celebração de casamento Cristo mostrou que deseja a preservação e valorização da família, para que ela possa cumprir seu propósito.
A participação de Cristo em uma festa familiar nos ensina que é necessário que os cristãos vivam em família. Cristo não participou de uma festa qualquer. Não era uma festa pagã, era uma festa judaica onde estava reunida a família dos noivos. Na festa familiar não há lugar para a depravação moral, pois esta depõe contra a família. Não há lugar para as drogas, pois elas destroem a família. Não há lugar para a embriaguez, pois ela faz do homem um insensato, violento, incontrolado e errante no juízo [Prov. 20.1; Is 28.7], provocando brigas e desavenças, desunindo e aniquilando a família. Em uma festa familiar é imprescindível que haja preservação da moral e o respeito mútuo entre as pessoas.
O ato de participar em uma festa não deve servir de justificativa para o cristão participar de qualquer tipo de festa que haja a degradação moral, mas deve servir de instrução para participar de festas em família, onde é celebrada a união e a honra, permitindo assim a participação do Rei dos Reis. Portanto, não devemos dizer que se Cristo foi a uma festa, posso ir a qualquer festa, pois é tudo igual, mas a minha afirmação ou pergunta deve ser: A festa que eu vou tem lugar para Cristo? Posso convidar Cristo para ir comigo à festa?
Que a palavra de Deus nos habilite para toda boa obra [2Tm 3.17].
Pr André Luiz Gomes Schröder