quinta-feira, 20 de setembro de 2012

UMA FESTA DIGNA DA PRESENÇA DO FILHO DE DEUS.

[...] houve um casamento em Caná da Galileia, achando-se ali a mãe de Jesus. 
Jesus também foi convidado [Jo 2.1,2]

Concluímos nosso estudo do capítulo I de João, realizado durante cinco encontros, agora, no capítulo 2  deparamo-nos com um relato histórico que para muitos não passa de uma narrativa sobre a vida de Cristo, mas não devemos esquecer que  "toda Escritura é divinamente inspirada é apta para ensinar" [2Tm 3.16] e este é um dogma que o Cristão deve cultivar a cada vez que lê uma passagem bíblica, e o relato do casamento em Caná da Galileia não é diferente, assim, além do fato histórico devemos olhar para o simbolismo pedagógico presente nessa atividade social do nosso Salvador.
Os evangelhos apresentam o ministério de Cristo com seus discípulos, porém o evangelista  João foi inspirado a descrever a participação de Cristo e sua família, mãe e irmãos, em uma festa de casamento que provavelmente foi celebrada por um parente próximo – conclusão esta decorrente da participação e iniciativa de Maria na organização da festa.
Quando Deus instituiu o casamento no ato da criação do homem e da mulher, a família foi posta em evidência para cumprir um propósito singular na vida do homem, pois para preservar a família é necessário estabelecer o amor  entre seus membros pois do amor decorre o respeito e auxílio mútuo,  os quais são a base da união e preservação da família.
A presença de Jesus em um casamento inaugurando seu ministério e dando início à glorificação de Deus pelos milagres, mostra-nos a importância do casamento e da família para o cristianismo, assim como Deus instruiu o homem e a mulher para que se unissem constituindo uma só carne [Gn 2.24], ao iniciar seu ministério em uma celebração de casamento Cristo mostrou que deseja a preservação e valorização da família, para que ela possa cumprir seu propósito.
A participação de Cristo em uma festa familiar nos ensina que é necessário que os cristãos vivam em família. Cristo não participou de uma festa qualquer. Não era uma festa pagã, era uma festa judaica onde estava reunida a família dos noivos. Na festa familiar não há lugar para a depravação moral, pois esta depõe contra a família. Não há lugar para as drogas, pois elas destroem a família. Não há lugar para a embriaguez, pois ela faz do homem um insensato,  violento, incontrolado e errante no juízo [Prov. 20.1; Is 28.7], provocando brigas e desavenças, desunindo e aniquilando a família. Em uma festa familiar é imprescindível que haja preservação da moral e o respeito mútuo entre as pessoas.
O ato de participar em uma festa não deve servir de justificativa para o cristão participar de qualquer tipo de festa que haja a degradação moral, mas deve servir de instrução para participar de festas em família, onde é celebrada a união e a honra, permitindo assim a participação do Rei dos Reis. Portanto, não devemos dizer que se Cristo foi a uma festa, posso ir a qualquer festa, pois é tudo igual, mas a minha afirmação ou pergunta deve ser: A festa que eu vou tem lugar para Cristo? Posso convidar Cristo para ir comigo à festa?
Que a palavra de Deus nos habilite para toda boa obra [2Tm 3.17].
Pr André Luiz Gomes Schröder

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

UM HOMEM CHAMADO “DEUS ENVIOU GRAÇA”


Houve um homem enviado por Deus, cujo nome era João  [Jo 1.6]

É extraordinário o modo como o evangelista João apresenta a glória de Jesus Cristo, o qual é o próprio Deus eterno, o criador de todas as coisas, fonte de luz e vida, ao passo em que sobre João Batista ele diz apenas que "houve um homem enviado por Deus cujo nome era João".
João, pelo seu próprio nome anunciou que "Deus enviou sua Graça" ou mesmo que "Deus é gracioso". Conforme narrou João, o evangelista, o ministério do Batista, esse homem que anunciou a graça de Deus, foi servir de "testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele". 
O ministério de "testemunha" fez João Batista chamar a atenção das pessoas para o Cristo, aquele que é a verdadeira luz, o sol da justiça que ilumina os homens com a justiça de Deus, pois ambos os joãos reconheceram a grandiosidade do Filho de Deus, o qual é eterno, transcende ao tempo e espaço, enquanto o João é terreno, humano, limitado ao tempo e ao espaço. Entretanto, João humano, limitado, frágil, que morreu subjugado pela vontade de uma mulher que pediu sua cabeça em uma bandeja, recebeu o a importante missão de "testemunhar" a respeito de Cristo e cumpriu-a com dedicação e retidão, ao ponto de Cristo dizer que "dentre os homens nascidos de mulher, ninguém é maior do que João".
A terminologia própria de um tribunal, empregada pelo evangelista, aponta que a missão de Cristo somente teve crédito porque alguém, digno de crédito, testemunhou a respeito da missão do Messias. No direito judaico e no direito romano, do qual decorre o direito brasileiro, o papel da testemunha é de suma importância, pois ela dá crédito à palavra daquele que está sendo julgado ou mesmo tira-lhe toda a confiança e honradez, atribuindo-lhe a pecha de falsário ou mentiroso.
Deus enviou à frente de Cristo um homem para que desse testemunho a respeito de sua missão e da chegada do Reino dos Céus. Após cumprir seu propósito de manifestar a glória de Deus e provar que Deus enviou sua graça para alcançar o homem, Cristo Jesus deu uma promessa e uma ordem aos seus discípulos: "mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas".
O verdadeiro discípulo de Cristo é uma testemunha que proclama a verdade de Deus, anunciando que Cristo é o único salvador e é a luz do mundo. Lucas mostra que Pedro e Paulo foram testemunhas [Atos 2.40; 20.21] que certificaram sobre a verdade de Deus e por isso levaram muitos a crerem na salvação oferecida por Deus.
É bem verdade que é o Espírito Santo que convence o homem do "pecado, da justiça e do juízo de Deus", porém nós, os simples mortais e pecadores, temos a missão e o ministério de "testemunhas" da obra de Cristo, para que por intermédio desse testemunho os homens creiam que Cristo Jesus é o Deus encarnado que habitou entre nós, foi morto e ressuscitou para a Glória do poder de Deus e por sua morte Ele pode nos dar a salvação de nossas almas. 
Cumpra seu ministério como testemunhas de Cristo e seja você também um joão que anuncia que "Deus enviou Graça" ao homem perdido.
Pr André Luiz Gomes Schröder

domingo, 2 de setembro de 2012

DEUS SE FEZ CONHECER AOS HOMENS!

No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pleno de graça e de verdade;
e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.  [Jo 1.1,14]

Quando buscamos entender o que o Apóstolo João quis dizer ao declarar que "no princípio era o Verbo", não podemos limitar nosso entendimento ao conceito de que Cristo estava com Deus na fundação do mundo.
O ensinamento de João é mais profundo que a ideia de presença ou existência no momento da criação. Para o judeu, o "verbo" significava mais que uma "palavra", "pensamento" ou "conceito". O "verbo" é a expressão da ação criadora de Deus ou a expressão de revelação de Deus, por meio da sua palavra que rege o mundo e também faz conhecer a vontade de Deus ao homem. Por isso, o "Verbo", para João, é o próprio Deus em ação e em revelação ao homem.
Deus criou o mundo pela "palavra". A ordem de Deus foi suficiente para fazer existir as coisas e também dominar a natureza, pois, a exemplo, Ele disse "haja luz, e houve luz", disse "haja separação entre águas e águas [… e houve] separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento" [Gen 1.3-7]. Pela mesma palavra Deus também se revelou a Abraão e disse "Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito", assim como Ele transmitiu os mandamentos  a seu povo e lhes ensinou que Ele se alegra com a justiça, a misericórdia, com a compaixão e com o amor.
Quando João diz que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós" [Jo 1.14], ele revela que Cristo Jesus personificou a "Palavra de Deus"  sendo então o próprio Deus em ação" para instruir e salvar o homem.
A vida de Cristo não foi apenas dedicada à palavra, ao ensino da vontade Deus para a vida do homem, incluindo como Deus quer congregar seus filhos, as novas criaturas, mas a vida de Cristo foi dedicada ao resgate, com o próprio sangue, daqueles que reconhecem seus pecados e clamam pela compaixão de Cristo, assim como Ele se dedicou a deixar o exemplo  de amor e obediência ao Pai, para que o homem seja santo, separado para Deus, assim como foi ordenado a Abraão. Assim sendo, a vida de Cristo verdadeiramente constituiu a palavra de Deus em ação para dar vida espiritual ao homem, pela vontade de Deus e não do homem, e por isso João testemunha que "a todos quantos o receberam, deus-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus", nascidos pela fé e pela vontade Deus [Jo 12,13].
Em Cristo Jesus Deus agiu em meu e em seu favor e a sua palavra, que nos dá vida em Deus, é luz para que possamos crer e andar nos seus caminhos [Jo 1.7-9; Sal 119.105].
Portanto, Deus nos deu a graça do seu conhecimento pela revelação da sua palavra para a nossa salvação, pelo que devemos andar segundo a palavra da verdade que nos dá vida, Logo, "conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor, como a alva, [pois] a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva" [Os. 6.3]. Aleluia!
Pr André Luiz Gomes Schröder