segunda-feira, 25 de junho de 2012

O PECADO E A GLÓRIA DE CRISTO

D. M. Lloyd-Jones
 
Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. I Timóteo 1.15
 
"Ninguém jamais terá uma concepção verdadeira do ensino bíblico sobre a redenção, se não possuir clareza de entendimento sobre a doutrina bíblica do pecado. E essa é a razão por que muitas pessoas, em nossos dias, são inseguras e vagas em suas idéias a respeito da redenção. A ideia mais comum é a de que o Senhor Jesus é um tipo de amigo ao qual todos podem recorrer em dificuldades, como se isso fosse tudo a respeito dEle. O Senhor Jesus é esse tipo de amigo - e temos de agradecer a Deus! Mas isso não é redenção em todo o seu escopo, em sua inteireza ou em sua essência. Você não pode começar a avaliar a redenção, até que compreenda o que a Bíblia nos ensina a respeito da condição do homem no pecado e de todos os efeitos do pecado no homem. Permita-me dizê-lo com outras palavras: você não pode entender a doutrina da encarnação de Cristo, a menos que entenda a doutrina do pecado. 
 A Bíblia nos ensina que o homem estava em uma condição tão deplorável, que exigia a vinda, dos céus à terra, da Segunda Pessoa da bendita e santíssima Trindade. Ele teve de humilhar-se e assumir a natureza humana, nascendo como um bebê. Isso era absolutamente essencial, para que o homem fosse redimido. Por quê? Por causa do pecado e da sua natureza. Por conseguinte, você não pode entender a encarnação de Jesus, a menos que tenha um entendimento claro sobre o pecado. De maneira semelhante, considere a cruz no monte Calvário. O que ela significa? O que a cruz nos diz? O que aconteceu lá? Digo novamente que você não pode entender a morte de nosso Senhor e o que Ele fez na cruz, se não possui um entendimento claro sobre a doutrina do pecado. A completa imprecisão das ideias de muitas pessoas a respeito da morte de nosso Salvador se deve completamente a este fato: e elas não gostam da doutrina da substituição, não gostam da doutrina do sofrimento penal. Isso acontece porque nunca compreenderam o problema e não veem o homem como um criatura caída no pecado. Estas são as doutrinas fundamentais da fé cristã; não se pode entender a redenção, exceto à luz da terrível condição do homem no pecado". 


M. Lloyd-Jones é um dos maiores e mais influentes escritores evangélicos da atualidade. Apresentamos seu texto para que você reflita sobre a importância de estudar as doutrinas bíblicas. A doutrina do pecado está, sinteticamente, exposta abaixo. Leia todos os textos bíblicos das referências, com certeza contribuirá para que você se encha  do conhecimento da verdade, pois esta é a vontade de Deus, nosso Salvador [I Tim 2.4] . 

O Pecado
  1. No princípio o homem vivia em estado de inocência e mantinha perfeita comunhão com Deus [Gên. 2:15-17; 3:8-10; Ecl. 7:29].
  2. Mas, cedendo à tentação de Satanás, num ato livre de desobediência contra seu Criador, o homem caiu no pecado e assim perdeu a comunhão com Deus e dele ficou separado [Gên. 3; Rom. 5:12-19; Ef. 2:12; Rom. 3:23].
  3. Em conseqüência da queda de nossos primeiros pais, todos somos, por natureza, pecadores e inclinados à prática do mal [Gên. 3:12; Rom. 5:12; Sal. 51:15; Is. 53:6; Jer. 17:5; Rom. 1:18-27; 3:10-19; 7:14-25; Gál. 3:22; Ef. 2:1-3].
  4. Todo pecado é cometido contra Deus, sua pessoa, sua vontade e sua lei [Sal. 51:4; Mat. 6:14; Rom. 8:7-22].
  5. Mas o mal praticado pelo homem atinge também o seu próximo [Mat. 6:14,15; 18:21-35; I Cor. 8:12; Tiago. 5:16].
  6. O pecado maior consiste em não crer na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Deus, como salvador pessoal [João. 3:36; 16:9; I João 5:10-12].
  7. Como resultado do pecado, da incredulidade e da desobediência do homem contra Deus, ele está sujeito à morte e à condenação eterna, além de se tornar inimigo do próximo e da própria criação de Deus [Rom. 5:12-19; 6:23; Ef. 2:5; Gên. 3:18; Rom. 8:22].
  8. Separado de Deus, o homem é absolutamente incapaz de salvar-se a si mesmo e assim depende da graça de Deus para ser salvo [Rom.3:20; Gál.3:10,11; Ef. 2:8,9].

quarta-feira, 13 de junho de 2012

POSSO MINISTRAR GRAÇA AO MEU IRMÃO?






Não saia de vossa boca nenhuma palavra torpe; e sim unicamente a que
for boa para edificação, para que ministre graça aos ouvintes. [Ef. 4.29]










Recentemente, durante o tratamento das queimaduras que sofri, fui orientado pelos médicos, fisioterapeutas e nutricionista, sobre o que fazer para regenerar a pele. Foram várias as orientações de cuidados e condutas a serem adotadas. 


Enquanto estive no hospital, vi pessoas que não se cuidaram adequadamente dos ferimentos e que sofriam com a demora da regeneração ou mesmo com marcas da conduta inadequada.


A vida do cristão é uma vida de regeneração, santificação e transformação pelo caminhar segundo os padrões de Deus, afastando-se da natureza do velho homem. Na Epístola aos Efésios Paulo convoca os cristãos à santificação dizendo-lhes "rogo-vos […] que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados" (4.1). 


A conduta de andar de modo digno, é semelhante à conduta de seguir fielmente as prescrições médicas para alcançar a regeneração de uma ferida aberta. Somente a conduta correta e favorável será capaz de contribuir com o processo de regeneração e qualquer conduta contrária ou tida como prejudicial poderá retardar ou até mesmo impedir o processo de regeneração.


Assim, quando o cristão ouve o chamamento de Deus para que seja santo, porque Ele é Santo (Lv. 11.44), deverá buscar e executar as condutas compatíveis com a santificação, deverá, portanto,  ter um caminhar em conformidade com a vocação do cristão, em santidade, separado para a glória de Deus.


Uma das condutas para se ter uma caminhar digno ou compatível com a condição de cristão é registrado em Efésios 2.29, onde Paulo nos exorta para extinguir qualquer palavra torpe que possa haver em nosso linguajar. 


A palavra traduzida como torpe também indica aquilo que é podre ou que está estragado. Portanto, o cristão deve evitar todo e qualquer linguajar vulgar, indecoroso, maculado pela mentira, de obscenidade, imoralidade, sensualidade, de excitamento erótico que leva à luxúria, ou qualquer outra palavra que leve à depravação moral, distorção dos bons costumes ou induzimento ao erro, de maledicência ou ainda de desconformidade com os padrões éticos e morais.


Voltando para o texto, vemos que a palavra de um cristão deve ser edificante. Edificação nos dá a ideia de construção,  de benfeitorias, de progresso e de prosperidade. Dai, Como poderá o cristão edificar seu ouvinte? 


A edificação vem com a palavra que orienta, conforta, exorta, admoesta e auxilia o próximo a trilhar o caminho traçado por Deus para levar ao reino eterno, o qual é o caminho da graça salvadora, da graça justificadora, da graça consoladora e da graça santificadora.


Assim, é com palavras de edificação que o cristão se torna um dispenseiro da graça de Deus, porém jamais podemos esquecer que "a boca fala daquilo que o coração está cheio" [Mat. 12.34], portanto, devemos nos encher da graça e da santidade de Deus para que possamos edificar nossos irmãos e assim transmitir-lhes a graça de Deus.



Pr  André Luiz Gomes Schröder.

sábado, 9 de junho de 2012

NOVAS FAMÍLIAS ESTÃO SURGINDO, E A SUA COMO VAI?

Leia Colossenses 3.18-21

Nestes dias, sábado e domingo, a Igreja Batista Papillon celebra os preparativos para o casamento do Ir Alex e da Ir Meg, realizando o Culto do Bíblia Branca, bem como recebe o pequeno Guilherme, o qual é apresentado por seus pais, Ir Hules e Ir Adriana, à igreja que festeja seu nascimento. Este primeiro semestre foi marcado também pelo casamento dos irmãos André e Gabriela, além do nascimento do pequeno Isac, filho dos irmãos Anderson e Camila. 
É a família em evidência e sendo estabelecida, o que nos faz pensar nessa instituição que foi instituída por Deus e é um  termômetro que indica a saúde da sociedade, pois a sociedade que possui famílias criadas e orientadas segundo o padrão e caminho estabelecido por Deus, onde o homem e a mulher se unem para formar uma família e assim criam seus filhos transmitindo-lhes os valores morais e éticos  que também lhes foram transmitidos por seus antepassados, tende a construir uma sociedade solidária, capaz de exercer o amor ao próximo, banir a indiferença com o sofrimento alheio, estabelecer a justiça social e promover a paz.
Quero que o amado irmão perceba a afirmação do parágrafo anterior e compreenda que a família deve ser estabelecida segundo os caminhos de Deus, isto equivale a dizer que Deus deve fazer parte da família. Quando o reino de Deus não faz parte da família, quando os princípios da Palavra de Deus são esquecidos, quando não há temor a Deus, o reino do lar é entregue a Belzebu, o príncipe das trevas, e então predomina a discórdia, a intriga, o egoísmo, as brigas, a violência, as agressões físicas e morais, além das traições, adultérios e o esfacelamento da família, pois muitos acham que não há outro caminho e preferem  partir para outro relacionamento em busca da felicidade, sem saber que o propósito de Deus é que a sua família tenha paz, mas como encontrar a paz?
Quando a família é regida segundo os padrões do reino de Deus, o marido ama a esposa, a esposa é submissa ao marido, os filhos honram os pais, os pais amam e não provocam a ira dos filhos, enfim, o amor governa o lar, a harmonia e o bem-estar predominam e há alegria na vida em família, pois os os problemas são resolvidos, um a um, segundo a lei do amor, do perdão, da humildade e da renúncia do ego e do egoismo. Este é o caminho da felicidade, da paz.
A harmonia no lar é um elemento que requer uma responsabilidade conjunta, principalmente do casal que deve buscar a direção e orientação de Deus para a vida conjugal. Os filhos devem ver nos pais a disposição de viverem e harmonia, ainda que haja discórdia, o que deve predominar é o amor.
A palavra de Deus tem vários conselhos e princípios para serem aplicados à família, portanto leia a Bíblia, em especial as cartas de Paulo aos Efésios, aos Colossenses e a primeira carta de Pedro, capítulo 3. Coloque na presença de Deus a sua disposição de construir uma família segundo os padrões de Deus. Peça a Ele sabedoria e ação do Espírito Santo para restaurar o amor dentro do seu lar.
Pr  André Schröder.

sábado, 2 de junho de 2012

SOMOS MAIS DO QUE VENCEDORES! PORQUÊ


Romanos 8.31-39


Nesta semana deparei-me com um cartão com os seguintes dizeres: "Conheça um vencedor".  Ao abri-lo, foi exibido um espelho e abaixo os dizeres: somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou. Sabemos que esse é um velho recurso utilizado para despertar a reflexão e a autoconfiança e que por ser antigo já não causa tanto interesse como em tempos passados, porém, ao abrir o cartão e perceber  a existência de um espelho alinhei-o com meu rosto para ver minha imagem e subitamente percebi que ali não estava refletido meu rosto, mas sim uma máscara branca,  utilizada no momento em razão do acidente que sofri, no qual tive grande parte do rosto afetado por queimaduras.


O autor do cartão esperava que quem o manuseasse, ao abri-lo, enxergasse a si mesmo no espelho e também leria  a mensagem e concluir: SOU MAIS QUE VERCEDOR! Porém, aquele que foi refletido no espelho não era eu. Havia uma máscara que cobria meus ferimentos, minhas imperfeições, meus defeitos e também que estava me protegendo dos raios de luzes que podem ser prejudiciais nessa faze de recuperação. 


Tal situação fez-me refletir sobre como eu poderia ser um vencedor se experimentava a dor e as marcas  das opressões e infortúnios da vida que corriqueiramente revelam a fragilidade humana e ceifam a vida de milhares de pessoas. Afinal que vencedor é esse que não pode livrar a si mesmo do acaso e nem mesmo pode acrescentar um só palmo na medida de sua vida? Como posso ser classificado como vencedor?


Quando lemos Romanos 8.37, percebemos a existência de uma relação de causa e efeito e concluímos: somos vencedores, porque Cristo venceu. Modernamente, a partir do período pós-reforma, influenciada pelo antropocentrismo, a teologia dominante tem uma ênfase na vida interior do indivíduo e ressalta os aspectos da prática individual em busca da vida moral ideal, da santificação,  da espiritualidade, enfim, de como deve ser a vida de quem tem uma experiência intima e verdadeira com Cristo. Tal abordagem  não é errônea porém tende a  reduzir o cristianismo a um "estilo de vida" e  esquecer, ou pelo menos, deixar de dar ênfase ao que "Jesus Cristo fez pelo pecador".  O sentimento de vitória produzido nesse contexto é cruel, pois somos levados a cobrar de nós mesmos a vitória aos olhos do homem, ou seja, o triunfo glorioso daqueles que vencem sem dificuldades, percalços ou subjugação.  Jó, homem justo e temente a Deus, foi vítima da teologia dos supercrentes mais que vencedores,  filhos do Rei, intocáveis, que  reprimem todas as hostes malignas e que voam por sobre as tempestades, pois vemos em sua história que os amigos de jó lhe cobravam uma explicação sobre os infortúnios que vieram sobre ele, pois não sabiam eles que o sofrimento de Jó fora posto para provar ao nosso acusador [Satanás] que o homem é capar de ser fiel a Deus e assim, com a fidelidade de Jó o Criador fosse glorificado.


Quando percebemos o contexto teológico em que vivemos e buscamos uma releitura do texto paulino da Carta aos Romanos cap. 8.31-39, percebemos que a mensagem da vitória e do ser glorificado perante Deus não aponta para nós mesmos, mas para Cristo Jesus, pois nós estamos sujeitos às tribulações, angústias, perseguições, prisões, tentações e outros infortúnios, porém nossa vitória não está em um blindagem contra toda e qualquer tribulação, mas nossa vitória está em Cristo Jesus que nos resgatou das garras do pecado e nos justificou, dando-nos paz com Deus [Rm 5.1].


Assim, quando você olhar em um espelho procurando ver um vencedor, saiba que no espelho deve ser refletido o caráter de Cristo, pois entre o homem e Deus está Cristo Jesus, aquele que sofreu em uma cruz para que quando eu e você nos apresentarmos perante Deus, todas as nossas imperfeições e defeitos estejam encobertos pela glória de Cristo, além do mais, enquanto nós vivermos ele poderá nos proteger das setas malignas do Diabo e jamais seremos resgatados de suas mãos, pois sua salvação é completa. Portanto, a nossa vitória não está em nós mesmos, não está na figura do supercrente que não passa por tribulações, mas nossa vitória está em Cristo Jesus, em permanecermos como servos fiéis ainda que paire sobre nós as negras nuvens que impedem ver a calmaria mas que possibilitam ver a glória de Cristo, da qual seremos participantes.


Portanto, amado irmão,ser vencedor não é viver sem tribulações, mas é permanecer em Cristo Jesus mesmo em face das tribulações.


Pr  André Schröder.