O cristão deve refletir sobre a necessidade de uma justiça social que reduza a exploração trabalhista e a desigualdade social.
Quantos trabalhadores tem suas forças e saúde sugadas em subempregos que não lhes dão a garantia nem da sobrevivência familiar, sendo necessário que até as crianças trabalhem para complementar a renda familiar e, após gerar riquezas para seus patrões, são despedidos ou chegam ao final de suas vidas sem ter, sequer uma casa para moradia. Esse quadro não é raro, basta lançar os olhos sobre os trabalhadores da construção civil que constroem prédios e mansões, mas aposentam-se em um barraco paupérrimo e de aluguel.
A igreja possui uma missão: proclamar o evangelho. Esta missão é acompanhada do imperativo "fazei discípulos". O Fazer discípulos induz ter as mesmas práticas de Cristo. Cristo declarou que foi ungido para "evangelizar os pobres [...], proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos".
O evangelizar não pode estar desassociado da missão de libertar os oprimidos, de amparar os pobres, de fazer justiça, não só a pessoal, mas também a justiça social.
Identificamo-nos, hoje, com o quadro vivido por Neemias, o qual encontrou homens instruídos nas Leis do Senhor, mas que praticavam a injustiça da escravidão, símbolo do egoísmo máximo, pois hoje muitos são aqueles que conhecem as sagradas escrituras, porém exploram a mão de obra do pobre. Acham pesado assalariar seus prepostos, mas esbanjam com o luxo e a vaidade.
Poucos são aqueles que estão dispostos a fazer como Neemias, abrir mão do "direito que lhe assiste" para não oprimir ainda mais o fraco e necessitado.
Vejo que o mais deprimente não é a injustiça do ímpio, mas a injustiça dos salvos que estão debaixo da graça de Deus e cometem a injustiça com o próximo enquanto deveria se constituir o defensor da justiça, segundo o discipulado de Cristo.
Andre Schroder
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