No primeiro dia da festa dos Pães sem Fermento, quando sacrificavam o cordeiro pascal, [...]
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, partiu-o e lhes deu, dizendo: Tomai; isto é o meu corpo.
E tomando um cálice, deu graças e entregou-o aos discípulos, e todos beberam dele. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança derramado em favor de muitos. (Mc 14.12,22-24)
Jesus havia se reunido com seus discípulos para celebrar a páscoa e naquele dia o ritual foi diferente do estabelecido pela tradição judaica.
Após Deus instituir a Páscoa quando seu povo saía do Egito, essa cerimônia passou a ser celebrada como um memorial em que os judeus recontam a libertação da escravidão do Egito, no dia em que sacrificaram um cordeiro e marcaram suas portas com seu sangue em sinal de que aquela era uma casa que abrigava os filhos de Deus. A páscoa significava a “passagem” da escravidão para a liberdade.
Durante a festa aquele que presidia a cerimônia levantava um cálice e anunciava qual o motivo da cerimônia, explicava porque o cordeiro foi morto e também porquê estavam comendo pães sem fermento.
Por muitos e muitos anos assim foi celebrada a páscoa e até hoje ainda se faz assim entre os judeus que não aceitaram a vinda do messias, mas naquela noite foi diferente. Marcos diz que enquanto comiam Jesus mudou o ritual e ensinou uma nova maneira de celebrar a páscoa.
Jesus falou a seus discípulos que o pão que eles comiam e que representava o sofrimento no Egito, agora era o pão da sua aflição, o pão que representava sua amargura na cruz. O vinho não representava mais a alegria presente na festa de celebração do fim da escravidão, mas ganhava um novo significado ao lado da alegria, significava agora o sangue de Cristo derramado para lavar os pecados e marcar aqueles que pela fé são filhos de Deus.
A mova celebração da páscoa, apenas com pão e vinho, pode ter intrigados os discípulos. Para a mente judaica era impossível aceitar uma páscoa sem o cordeiro, afinal, Deus mandou imolar o cordeiro para marcar com o sangue, as casa de seus servos fieis. Não demorou muito para os discípulos entenderem onde estava o cordeiro da páscoa.
Após a morte na cruz, certamente os discípulos lembraram-se do brado de João Batista: “eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. Estas palavras na memória os fez entender que Cristo Jesus é o Cordeiro de Deus e o sangue do seu sacrifício seria derramado uma única vez, porém suficiente para marcar todos quantos se achegarem a Ele, crendo em sua morte vicária, capaz de pagar nossos pecados e nos tornar filhos de Deus.
Jesus é nosso cordeiro pascal. Ele é a nossa “passagem” da escravidão do pecado que produz morte para a liberdade em Cristo que nos dá a vida eterna com Deus.
Cristo é a “passagem” para a vida! Aleluia.
Pr André Luiz Gomes Schröder